Canela,

18 de abril de 2024

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Luiz Antônio Alves: Quem escolheu seu nome?

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Costumes, tradições e comportamento social estão abrigados no ninho da cultura. E todos os elementos que constituem nossa visão de mundo e sociedade organizada sobrevivem em função da linha temporal e espacial. Em cada época as regras de convivência individual também herdam o espírito coletivo que norteia as tribos, comunidades e grupos sociais. Dependendo da longitude ou latitude planetária, as diferenças e diversidade se apresentam em conflitos de decisões que agradam ou desagradam pessoas cultas ou de qualquer formação forjada em várias gerações. E para identificar indivíduos, o nome (e sobrenome) s e tornou indispensável, justamente para racionalizar a comunicação e criar responsabilidades personalíssimas.
Por esta razão, pouco se questiona a origem do nosso nome, marca registrada que é instrumento de conhecimento e reconhecimento. Afinal, a maioria sabe que o nosso nome foi uma inspiração dos pais, escolhido com amor, pensando em nosso futuro promissor. Pelo menos, é uma resposta à pergunta que enfeita esta coluna e deixa claro que não foi escolha nossa em momentos que não sabíamos falar e se defender dos perigos da vida.
Aprofundando o estudo, se descobre múltiplas razões para a escolha de nosso nome. Antepassados podiam homenagear os avôs, tios e padrinhos. Se a madrinha tinha o nome de Felicidade, então, a afilhada no batismo era jungida em óleo santo com o mesmo nome. E o patriarca poderia ser lembrado por várias gerações, onde era acrescentado Filho, Neto, Sobrinho, etc. A ilusão heroica compartilhada com feitos políticos, guerreiros, indígenas ou ecológica também fazem parte desta riqueza criadora. Assim, vultos importantes e conhecidos são nomes “impostos” a pessoas que depois dos anos se dão conta de sua ligação introspectiva com fatos que aconteceram em tempos passados: Presidentes da República, Farroupilhas, Maragatos, Militares, cientistas e os da moda, como jogadores de futebol, artistas e personagens de novelas.
Também entra em cena a religiosidade e os filhos ganham nomes santificados, embora quando adultos possam mudar de religião. A toponímia entra em ação quando os pais entendem que o nome da terra natal é sinal de identidade regional ou nacional. E existem as curiosidades como o casal que tem o nome semelhante: Francisco e Francisca, Oniro e Onira, e os filhos começam o nome com a mesma letra do alfabeto dos pais. Afora aqueles que assustam a gramática e a ortografia.
Recentemente foi divulgada pesquisa com os nomes mais registrados aqui no Estado em 2018: Arthur, Pedro Henrique, Ana Clara e Maria Eduarda. Nos últimos anos pouco se viu recém nascidos agraciados com Fernando Henrique, Luiz Ignácio, Dilma e Michel. Será que nos próximos anos muitas crianças receberão o nome de Jair? Depende.
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