Canela,

19 de abril de 2024

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De Prosa e Verso, por Fabiano Hanel: João Cândido e a Revolta da Chibata

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“Há muito tempo, Nas águas da Guanabara, O dragão do mar reapareceu, Na figura de um bravo feiticeiro, A quem a história não esqueceu…”

O Mestre-sala dos mares (Música de João Bosco e Aldir Blanc, sobre a Revolta da Chibata).

Pesquisando algumas biografias de figuras históricas me deparei com o líder da Revolta da Chibata, movimento revolucionário de luta e resistência dos negros militares brasileiros contra as opressões do alto escalão da Marinha do Brasil. Além do fato ser importante para a história do país, o seu líder era gaúcho.
João Cândido Felisberto nasceu em Encruzilhada em 24 de junho de 1880 na Província de São Pedro do Rio Grande do Sul, alistou-se na Marinha aos 13 anos. Em novembro de 1910 serviu como marinheiro no encouraçado Minas Gerais, que partiu com destino ao Rio de Janeiro. Durante a viagem, um de seus companheiros, Marcelino Rodrigues Menezes, recebeu o castigo de 25 chibatadas por desacatar ordens superiores. Embora fosse regra da Marinha usar a chibata para esse tipo e infração, o episódio provocou indignação da tripulação e detonou o movimento. O comandante do Minas Gerais foi morto pelos militares e os oficiais abandonaram a embarcação. Tripulações de outros navios se rebelaram e ameaçaram bombardear o Rio de Janeiro. Além da abolição dos castigos corporais, os marinheiros exigiram aumento de salário e redução da jornada de trabalho e pediram também anistia dos revoltosos.
A rebelião terminou com o compromisso do governo de acabar com a chibata na Marinha e de conceder anistia. Pouco tempo depois, a eclosão de um novo levante entre os marinheiros, agora no quartel da ilha das Cobras, no Rio de Janeiro, é reprimida pelas autoridades. Apesar de se declarar contra a manifestação, João Cândido foi expulso da Marinha, sob a acusação de ter favorecido os rebeldes. Na década de 1930, Cândido participou da Ação Integralista Brasileira, mas se desiludiu com o movimento, por considerar falta de liderança. Sua vida pessoal foi profundamente abalada em 1928 pelo suicídio de sua segunda mulher. João Cândido morreu no Rio de Janeiro, aos 89 anos de idade.

http://opiniaoenoticia.com.br/nesta-data/morre-joao-candido-o-almirante-negro/

João Cândido foi uma figura pouco conhecida da história, conhecido como o Almirante negro, liderou a Revolta da Chibata, abalando as estruturas e a hierarquia da Marinha do Brasil. Seu movimento trouxe mudança para com a forma de tratamento dos negros que serviam as forças armadas.