O secretário Municipal de Governança de Canela, Paulo Nestor Tomasini, que estava afastado do cargo judicialmente, após pedido liminar realizado pelo Ministério Público e acatado pela Justiça local, deve voltar às atividades esta semana, segundo ele próprio, “talvez já nesta terça” (10).
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As informações extraoficiais dão conta que Tomasini teria conseguido reverter a suspensão no Tribunal de Justiça. O secretário disse que só iria falar com a imprensa após sua reintegração. “Foi uma injustiça o que fizeram comigo”, afirmou.
Tomasini estava fora da Prefeitura desde o dia 7 de agosto.
Prefeitura também havia pedido a suspensão da liminar
Na semana passada, a Prefeitura de Canela também havia pedido o fim do afastamento de Tomasini. No pedido, o Município realiza defesa em relação aos procedimentos de contratação e pagamentos da coleta de lixo e afirma que a “interpretação do Ministério Público é equivocada”.
Em outro ponto, a Prefeitura diz que enfrenta um cartel instalado em várias esferas do poder público e que por “enfrentar o sistema estabelecido”, Tomasini foi de mocinho a bandido, mesmo se esforçando para manter a coleta de lixo em Canela “longe do caos”. Na verdade, segundo a Prefeitura, Tomasini é uma “vítima” do “Cartel do Lixo”.
Por fim, o Município pede a suspensão da liminar que suspendia o secretário de Governo, Paulo Tomasini e bloqueava parte dos seus bens.
Tal pedido não deve ser analisado, uma vez que Tomasini obteve vitória no Tribunal em Porto Alegre, derrubando a suspensão.
MP se diz surpreso
Ainda na semana passada, o MP respondeu ao pedido da Prefeitura. Em parecer assinado pelo promotor Paulo Eduardo de Almeida Vieira, diz que sim, a Prefeitura deve fazer parte da ação judicial, mas para “ter ciência de condutas ilegais ou imorais em seu seio, para que possa contribuir no combate destas práticas nefastas à sociedade e eventualmente tomar medidas administrativas de saneamento destas ações em nada republicanas”.
“É, portanto, absolutamente surreal que o Município de Canela, modo extemporâneo, venha aos autos, após todos os graves elementos colacionados com a petição inicial, travestido de procurador de agentes políticos e públicos implicados em ações ilegítimas. Os fatos não mentem. Foram elencados e comprovados com ab initio a inicial. Houve dolo e gravíssimas omissões pelos implicados. Desdizer é afrontar a razoabilidade”, finalizou o promotor.
Foto: Arquivo/Francisco Rocha