Canela,

17 de abril de 2024

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De Prosa e Verso • O Castigo de Floriano

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Nesta época do ano “fico de falha”, aproveito para salgar o couro nas águas do mar, gosto de conhecer a história dos lugares e por acaso, lendo o livro “Brasil uma história – Cinco séculos de um país em construção”, do Eduardo Bueno, encontrei a história sobre o nome da bela e acolhedora cidade de Florianópolis, capital de Santa Catarina.

Os primeiros habitantes foram os índios Tupi-Guarani, praticavam a agricultura, a pesca e a coleta de moluscos. Com a chegada do colonizador europeu no início do século XVI, a ilha servia como local de reabastecimento de embarcações provenientes da bacia do Prata, por volta de 1675 Francisco Dias Velho junto com sua família e agregados, deu início a povoação da ilha com a fundação de Nossa Senhora do Desterro; com a intensificação da colonização, a ilha junto com Laguna se tornou ponto estratégico para a dominação do território meridional do Brasil português.

Entre as atividades primárias da região destacavam-se a agricultura e a extração de óleo de baleia. “Com a ocupação, tiveram prosperidade a agricultura e a indústria manufatureira de algodão e linho, permanecendo, ainda hoje, resquícios desse passado no que se refere à confecção artesanal da farinha de mandioca e das rendas de bilro. Nesta época, meados do século XVIII, iniciou a implantação das “armações” para pesca da baleia, em Armação da Piedade (Governador Celso Ramos) e Armação do Pântano do Sul (Florianópolis), cujo óleo era comercializado pela Coroa fora de Santa Catarina, não trazendo benefício econômico à região.”

O nome Nossa Senhora do Desterro faz referência a Maria mãe de Jesus com a relação à fuga da Sagrada Família para o Egito, logo após o nascimento de Cristo, quando o rei Herodes ordenou a execução de todos os recém nascidos da região.

O nome Florianópolis passou a ser utilizado em virtude da segunda “Revolta da Armada” iniciada em 6 de setembro de 1893, movimento revolucionário, iniciado pela Marinha e comandada pelo contra-almirante Custódio de Melo, os revoltos eram contrários ao governo militar do então presidente do Brasil Floriano Peixoto, segundo presidente da jovem república, proclamada em 1889.

“Quando os rebeldes da Revolta da Armada se uniram aos maragatos (revolucionários da “Revolução de 1893”, contrários a Julio de Castilhos, governador do Rio Grande do Sul), e tomaram a cidade de Nossa Senhora do Desterro, em Santa Catarina, Floriano mandou persegui-los. Em outubro de 1894, depois de fuzilamentos sumários, o marechal desferiu um “castigo” à cidade revoltosa: trocou o antigo nome pelo seu próprio. E assim surgiu… Florianópolis”.

Assim, a “Ilha da Magia” ganhou um novo nome, o “castigo” prevalece até hoje, sempre  bela Florianópolis, a cidade de Floriano.