Eu assisti, remotamente, a sessão da Câmara de Vereadores ontem. Na medida em que o vereador Luciano Melo divulgava áudios de uma conversa por WhatsApp, da executiva do PDT, minha esposa me olhava, esperando minha reação. Eu, que preparava uma sopa, seguia impassível, cortando batatas e cenouras.
A Bethy me olhando, esperando eu dizer: “assume a sopa que vou escrever uma matéria”, e eu, cortando legumes. Peguei o celular só para cornetear um conhecido com a expressão “Vaza Jato Du Canela”, e voltei à sopa.
Resolvi não escrever na hora porque não gostei do que vi e ouvi. Nem dos áudios nem da atitude de divulgá-los.
Na manhã de hoje (28), em entrevista coletiva da Prefeitura, o prefeito Constantino abriu o encontro falando que ele responde pela Prefeitura, não pela Câmara, nem pelo PDT.
Por outro lado, falou do seu projeto de pacificação e afirmou que pretende mantê-lo. Citou seu primeiro governo, onde as composições partidárias não aconteceram e frisou: “nossa prioridade é cuidar da saúde”.
O craque aparece no jogo difícil. Neste sentido, Constantino tem capitaneado a equipe da Prefeitura mantendo a “pacificação política”, por vezes, aposto, engolindo sapos.
Da mesma forma, o secretário Gilberto Tegner, envolvido na “Vaza Jato Du Canela”, disse que a palavra de ordem é “serenidade”.
Minha opinião, Canela não precisava deste episódio, e a crítica aqui vai para os dois lados, ao partido que já vê a eleição no horizonte e ao vereador que divulgou áudios que não tinha autorização.
Pacificação
Entendo o Prefeito, a missão de conduzir o executivo é dele. Na maioria das vezes o jogo político menos ajuda que atrapalha. Vai bem Constantino, muito bem, tratando os assuntos internamente e seguindo com o plano de crescimento de Canela.
Eleições
Eu, eu mesmo na minha coluna, já havia dito que as eleições municipais deveriam ser adiadas ou transferidas, justamente por isso. A eleição municipal menos ajuda do que atrapalha, as coisas param e neste momento, o que menos precisamos é parar por causas políticas.
Acredito que o PDT sai, mais cedo ou mais tarde, do governo, mas até lá, um pedido deste colunista aos politiqueiros de plantão: parem de criar caso e deixem a gente trabalhar!
Nem 8, nem 80
Acho que o PDT, como disse o vereador Ismael Viezze, se deu conta de que não caberia a tal ação judicial proposta nos áudios vazados e voltou atrás. Ainda bem. Mas, o simples fato de cogitar tal ação, na minha avaliação foi um erro.
Eu mesmo convidei o vereador Luciano Melo, para um debate virtual na Folha, justamente porque ele foi o secretário que conduziu as ações de desenvolvimento econômico na Prefeitura até a sua volta para a Câmara.
Por outro lado, Luciano Melo não deveria ter usado áudios vazados na tribuna da Câmara. Tem coisa que não há necessidade.
Foi o mal o PDT, foi mal o vereador Luciano, com quem tenho uma ótima relação e acredito que hoje, mais calmo, lerá o que estou escrevendo e concordará comigo.
Precisamos uma atitude menos radical, nem 8, nem 80.
