Canela,

28 de março de 2024

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Chico

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Francisco Rocha

Educação é mesmo prioridade?

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Não sou de me gabar, mas, poucos veículos de comunicação da região colocaram os pés dentro de escolas públicas, nos últimos anos, quanto a Folha.

Em 2019, fizemos uma imersão na rede municipal, dando capa do jornal impresso, cada semana para uma escola, durante 11 edições. Mostramos sua realidade, suas potencialidades e seus desafios.

Apoiamos fortemente a rede escolar, sempre presente junto à vida da comunidade. Valorizamos a educação, os alunos e seus profissionais. Só não fizemos este ano porque as escolas estavam fechadas.

As diretoras têm meu WhatsApp pessoal e podem sempre entrar em contato com a nossa redação.

Como abri esta coluna, não sou de me gabar, mas conheço a realidade da rede pública de ensino de Canela e valorizo, até porque fui, até o final do ensino médio, aluno de rede pública.

Mas, e sempre há um mas em tudo, a função do colunista de opinião é questionar, contrapor, propor e analisar.

Fica então a pergunta: educação é mesmo prioridade no Brasil?

Quando 85% dos pais dizem que não vão mandar seus filhos para escola, me parece que não.

Em um país que tudo volta antes das aulas, desde o ginásio para esportes amadores até as competições com público, no qual as eleições são realizadas antes de uma estratégia nacional para o retorno dos alunos, não me parece que edução seja uma prioridade, de ninguém, aliás.

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Ninguém é obrigado, mas ninguém pode obrigar

O lugar mais alto do muro nunca foi um local onde me senti a vontade. Nesta polêmica da volta às aulas, tenho, também, opinião formada.

Tem que voltar. Protege-se grupos de risco e vamos à luta.

Importante dizer novamente que ninguém é obrigado a mandar o filho para a escola, mas, da mesma forma, estas pessoas que são contra a volta às aulas não podem obrigar quem quer que volte a ficar em casa.

Vale salientar que as crianças vão sim ser avaliadas e passar ou rodar, pais tem que ter essa consciência e responsabilidade.

Também é necessário dizer que haverá ferramentas de avaliação para alunos que realmente precisem ficar em casa.

O resto, bem, o resto meu amigo, é narrativa!

No início da semana passada, OMS, Unesco e Unicef publicaram diretrizes de medidas de saúde para se buscar uma reabertura segura das instituições. O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, lembrou que crianças em todo o mundo têm sofrido de outras formas, como em sua alimentação, a perda do aprendizado e riscos como maior exposição ao trabalho infantil e à violência doméstica.

Países como Portugal, Espanha, China e Coreia do Sul já voltaram às aulas.

A Itália, um dos países europeus mais atingidos pela pandemia, já voltou também.

É preciso deixar de lado a narrativa do quanto pior, melhor, sob o risco de passarmos pelo mesmo que os “hermanos” argentinos estão enfrentando.

Educação –  cortina de fumaça

Até onde a reportagem da Folha apurou, se Canela tivesse que voltar na segunda, às aulas, poderia. Tem protocolos sanitários, tem equipamentos de proteção individual, tem plano de estudo e por aí vai.

Porém, nem todos municípios e escolas estaduais têm tudo isso, então, dizer que não há segurança em voltar às aulas é uma cortina de fumaça, em alguns casos para não conflitar com quem não quer voltar, sejam pais ou professores, em outros para encobrir a incompetência do poder público que não conseguiu se organizar.

Pior que isto é “influenciador” digital fazendo terrorismo com isso (pra lucrar politicamente), nas redes sociais.

Definitivamente, nosso país não é sério e por aqui, prioridade é o voto, não a educação.