Canela,

28 de março de 2024

Anuncie

Chico

360 GRAUS

Francisco Rocha

Queimem as bíblias, derrubem estátuas e mudem os hinos!

Compartilhe:

Uma narrativa, por melhor que seja seu narrador, ainda é uma narrativa, pelo menos eu vejo assim.

A política, aliás, está tomada de narrativas, assim como, infelizmente, a grande imprensa tradicional. Vale o dito: quer lucrar? Lacra!

Há tanta coisa, mas tanta coisa, para ser mudada no Brasil, antes da estrofe do Hino Farroupilha que fala em escravos, que não posso deixar de ver essa atitude do vereador de extrema esquerda do Psol porto-alegrense, como uma narrativa ou uma tentativa de chamar para si a atenção e não para a causa que supostamente defende.

Não vou entrar aqui no mérito da estrofe do hino, nem buscar correntes históricas que falam que o hino é racista e outras que não são.

Fato é que o Hino Farroupilha é um orgulho dos gaúchos, passou sendo cantado com altivez por quase um século, antes de ser questionado.

Mas, esta hipótese de que a letra é racista começou a ser levantada desde 2015 por alguns grupos, não foi invenção da esquerda porto-alegrense, é só mais uma ideia que ela se apropria para fazer alarde.

Eu fico com a declaração de Julia Dutra, diretora de Manifestações Individuais e Espontâneas do Movimento Tradicionalista Gaúcho: “Enquanto a bancada negra fica sentada e não canta o hino, nosso povo perde um precioso tempo de ser protagonista de uma nova história. Este é nosso tempo, precisamos sair das amarras, lutar com as armas do respeito e da igualdade e quebrar alguns preconceitos próprios”, disse.

Escravidão ocorreu em diversos períodos da história humana (e nada, absolutamente nada apaga a barbárie da escravidão negra, nem mesmo a justifica), mas em cada período histórico houve escravos, brancos pardos, enfim, de todas as raças e até em países hoje admirados, como Finlândia e Suíça.

Então, esse negócio de se negar a entrar em monumentos, mudar hinos e derrubar estátuas é balela.
A história diz que, até mesmo, negros comercializavam negros de outras tribos como escravos. Vejam bem, era a maneira de viver na época.

Errada? Sim, aos olhares do século 21, mas muito comum no século 19.

Sério que você quer julgar as escolhas das pessoas do século 19 com os conceitos do século 21. Não dá né?

Os seres humanos continuam sendo seres humanos, capazes das maiores atrocidades e das melhores boas ações, em qualquer tempo.

Mudar um hino e derrubar uma estátua não muda o que aconteceu, não muda a história.

A luta deveria ser para a história ser contada de uma maneira que as novas gerações pudessem formar seus conceitos através dos fatos aprendidos. O que temos que mudar é a nossa visão de mundo, não o passado. Aprender com ele? Isso sim!

Mudar o hino, não muda o passado, não há pagamento de dívida ou purificação.

Melhor mesmo é ter esses fatos vivos na memória para evitá-los no presente.

Isso é igual uma matéria que eu li sobre uma versão das escrituras sagradas reescrita e batizada de “Bíblia Feminista”.

Gente, por favor, como um livro, escrito há milhares de anos, vai ser feminista?

Você pode não ler a Bíblia, não gostar do cristianismo e de religião, mas negar que é um livro que inspira as pessoas e tenta fazer com que elas sigam o caminho do bem, é burrice né?

Claro que o rei Salomão, que viveu entre 971 e 931 a.C, seria considerado machista, hoje, ao comparar a beleza de sua amada às éguas do faraó do Egito, mas na época dele, foi considerado um sábio.

Podem continuar mudando hinos, derrubando estátuas e queimando bíblias, seguirá sendo narrativa para lacrar, lucrar e colher dividendos políticos.

A humanidade só vai melhorar com educação, com autoconhecimento, com conhecimento dos fatos históricos e capacidade para formar a sua opinião a respeito dos fatos. E contra fatos, meus amigos, não há argumentos.

Vale lembrar, meus amigos, que o Hino Farroupilha é cantado olhando para a bandeira que traz as palavras Liberdade, Igualdade e Humanidade.