Eduardo Leite reabre o processo para privatização do Parque do Caracol.
Mas, porque cargas d’água o Governo do Estado quer tanto privatizar o Caracol?
A resposta é simples: dinheiro.
Indo para o terceiro ano de governo, sem nem ao menos chegar perto de ajustar o fluxo de caixa, conforme prometido em campanha, Leite vê na privatização dos Parques Estaduais uma forma de entrada de dinheiro.
RECEBA GRATUITAMENTE NOSSAS NOTÍCIAS NO SEU WHATSAPP
Até o momento, não são conhecidos os detalhes do projeto e quais as contrapartidas para Canela, que terá que abrir mão de um patrimônio histórico, turístico e ambiental
Nesta quinta (11), uma comitiva do Governo do Estado esteve em visita ao Parque do Caracol e Secretaria Municipal de Turismo, dando continuidade ao processo que concede à iniciativa privada a responsabilidade pelos serviços de visitação e de exploração comercial do principal ponto turístico de Canela e uma das mais belas paisagens naturais do país.
Esta é a segundo visita técnica que o Parque recebe.
Leite, que é pré-candidato presidente, contra Bolsonaro, deve ter brilhado os olhos com a concessão dos parques nacionais, com valor 27 vezes maior que o lance mínimo do leilão, de R$ 718 mil.
Mas porque ele não perguntou ao canelense?
O que mais incomoda nisso tudo é que a intenção é abrir a concorrência até o final deste ano, mas no momento, ainda estão fazendo o projeto de concessão. Ou seja, sem um projeto, há intenção clara da privatização.
O Governo do Estado não está preocupado com o que é melhor para Canela, não falou com a comunidade canelense, ele quer resolver o seu problema, colocar dinheiro no caixa.
LEIA TAMBÉM:
Eduardo Leite quer privatizar Parque do Caracol até o final de 2021
Porque é importante manter a administração do Parque para Canela?
São vários motivos, o primeiro deles é que o Caracol é um símbolo da cidade, um patrimônio ambiental, turístico e histórico de Canela. Somente este já valeria a manutenção.
Mas, além disso, é uma importante renda para o turismo de Canela, mantendo as ações institucionais e os principais eventos.
Porque não se fazem melhorias no Parque?
Projetos existem, mas todos eles precisam de aprovação do Governo do Estado.
Como sempre, o Estado é lento e muitas vezes deixa de aprovar ações importantes por burocracia ou falta de vontade política.
Dentre os cinco parques gaúchos que Leite pretende privatizar, somente o Caracol é autossustentável, ou seja, é o filé, que vai atrair investidores para desenvolver outras regiões do Estado.
E o que vai acontecer com o dinheiro?
Mesmo que Canela tenha uma participação na renda do parque após a privatização, não será nem perto do que hoje o Caracol representa para Canela.
Já o Governo do Estado vai consumir com o dinheiro, que cairá no caixa comum para pagar dívidas e a folha do funcionalismo.
O patrimônio, bom, este sai das nossas mãos e o lucro que ele gera, acaba, assim como a grana da privatização.
Mas tu é contra a privatização?
Não, não sou. Não é de hoje que defendo um Estado enxuto e preocupado com coisas essenciais.
Só que toda a regra tem exceção e esse é um caso. Gerir o turismo não é essencial para o Governo do Estado, mas para Canela, que tem nele a principal atividade turística, é essencial.
Não sei como vai se resolver este imbróglio, mas a cidade de Canela, poder público, agentes políticos e comunidade devem se unir para impedir que o Governo do Estado entregue nosso patrimônio para pagar a conta das continuadas más administrações, inclusive a atual.
O que incomoda não é a privatização, é a falta de projeto, a falta de diálogo e a unilateralidade.