Canela,

3 de julho de 2024

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Chico

360 GRAUS

Francisco Rocha

A quem interessa o fracasso da educação?

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A quem interessa que os pequenos não aprendam?
Francisco Rocha • 360 Graus

Antes de entrar no cerne da questão que norteia esta coluna preciso fazer um esclarecimento: quero que todos os professores sejam vacinados, que todos os garis sejam vacinados, que os jornalistas e os músicos sejam, que todos os trabalhadores sejam vacinados.

Quero, ainda, que todas as categorias profissionais possam retornar, com segurança, ao trabalho. Mas, isso é em um mundo ideal e, convenhamos, estamos distantes de um mundo ideal e mais distantes ainda de um país ideal.

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E quais as ferramentas para construirmos um país ideal?

Educação e liberdade!

Educação para que o cidadão tenha conhecimento para poder utilizar sua liberdade da melhor maneira possível. Para que possa construir sua vida sem a ajuda e a interferência do Estado em todas os aspectos.

Mas você já se perguntou a quem interessa o fracasso da educação? A quem interessa que os pequenos não aprendam?

Interessa aos que sempre usaram o povo como massa de manobra e querem que continue assim.

Um cidadão educado, com capacidade para buscar informações sobre qualquer tema e formar sua opinião a respeito é um perigo para a política e para as velhas raposas que dominam os mais altos escalões de todos os poderes brasileiros, assim como para alguns setores da iniciativa privada que só pensam no lucro.

Há um velho ditado que diz: não há virgens na zona do meretrício e quem chega por lá com esta condição, bem provável, sairá diferente. Ou seja, somos todos culpados, inclusive eu e você que, por algum motivo, nos julgamos mais na razão que o outro ou que somos “ditos cidadãos esclarecidos”.

Se a educação brasileira já agonizava com índices muito ruins antes da pandemia, após o aparecimento do novo coronavírus a situação piorou.

Isso é reflexo de uma antiga política pública, desde do Brasil colônia, quando não interessava a Portugal educar o povo daqui, assim, ficaria mais fácil controlá-los.

Mudaram os anos, mudaram os atores, mas a coisa continua igual. Investir em educação nunca foi prioridade da política brasileira. Mas, em contrapartida, nunca foi exigência da população.

Por outro lado, professores ficaram desmotivados com a educação pública e acabam doando seu talento e competência à rede privada.

Como eu disse, todos somos culpados.

Porém, a volta às aulas, depois de 13 meses interrompidas, era urgente e necessária.

Somente no Brasil uma presidente de um sindicato aliado historicamente a partidos políticos, com apoio de um judiciário que não vive no mesmo mundo que a gente, como é o caso do Cpergs, pode ser considerada contraponto razoável a um médico presidente de uma sociedade de pediatria.

Nosso desafio como sociedade é, agora, com a reabertura das escolas, lutar para ampliar as políticas públicas e o investimento na educação para que possamos formar pessoas melhores, cidadãos melhores e tempos melhores.

Entendo que os professores estão desmotivados e com medo de voltar. Mas o momento de ter coragem e trabalhar junto com toda a soceidade é agora.

Em todas as áreas existem os oportunistas. No magistério não é diferente. Acredito que a grande maioria quer desempenhar sua função com competência e amor ao aluno.

Meu conselho para quem não pensa assim dentro de uma escola é que troque de profissão. Vá ser político de um partido de esquerda. Vá para a iniciativa privada, competir com quem está acostumado a empreender sempre em cenários nebulosos, mas pare de manchar a imagem desta categoria tão importante para todos nós.

É uma pena que precisamos 13 meses sem escola, numa pandemia, para que alguns se dessem conta da importância da educação.

Eu e você, cidadãos, devemos agora cobrar dos políticos investimentos na educação, valorização dos profissionais e políticas públicas verdadeiras, sem politicagem.

Somente assim conseguiremos garantir um futuro melhor para todos nós.

Abandonemos as hashtags, a burra e inútil política partidária. O momento de iniciar a recuperação de todo o tempo perdido é agora.

Mãos à obra.