Canela,

26 de dezembro de 2024

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Policial militar identifica situação de assédio sexual contra meninas através de aulas do Proerd

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Homem é acusado de abusar de duas meninas de dez anos de idade no âmbito familiar, por mais de dois anos

A Brigada Militar desenvolve o Proerd – Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência em todas as escolas de Canela. Foi através de uma das atividades do programa que o soldado Marcos, da BM Canela, identificou uma situação de assédio sexual no âmbito familiar.

Ele explicou que, além da questão das drogas, o programa tem como objetivo identificar situações de violência familiar e estimular a confiança de crianças e adolescentes na polícia.

“Bato muito na tecla de ‘novas brincadeiras’ inventadas pelos amigos, pais, mães, padrastos e primos, principalmente as que envolvem o toque íntimo ou órgãos sexuais”, disse o soldado. “Faço questão de trabalhar com eles essa questão de confiar na polícia, em especial o policial Proerd”.

Foi durante uma destas conversas com os alunos que Marcos notou uma situação diferente. “Percebi que enquanto eu falava, a menina me observava, no final da aula ela pediu pra falar comigo, me relatou detalhe por detalhe, é uma situação delicada. Fiz questão de agradecer ela depois pela questão da confiança”, relatou o soldado de 28 anos, há dois anos na Brigada Militar, sendo que em 2022 iniciou este ano suas atividades no Proerd.

Sabendo da situação, Marcos tratou de acalmar a menina, reencaminhá-la para a sala de aula, para que os colegas não percebessem que ela estava com problemas, e passou a tomar as providências cabíveis. A direção da escola foi informada e Conselho Tutelar acionado.

O caso gerou uma primeira ocorrência na Delegacia de Polícia de Canela. Dias depois, veio a tona a informação de que uma segunda menina, da mesma família, também sofria abuso sexual.

O soldado Marcos com Leão, mascote do Proerd – Foto: Reprodução

Confiança no policial e reconhecimento da família

Durante os dois anos em que era molestada, a menina, hoje com 10 anos, sofria ameaças contra ela e contra sua mãe. O pai relatou à reportagem da Folha sua percepção de que a filha via, naquela situação, algo que nem seu pai, nem sua mãe podiam resolver, mas um policial podia, por isso pediu ajuda a ele. A confiança e o vínculo com o policial veio através das aulas do Proerd.

“Este projeto salva vidas”, relatou o pai. “Não temos como saber o que poderia ter acontecido e quanto tempo essa situação ainda iria durar”, disse o pai.

Sobre o Proerd

Tendo como principais objetivos a prevenção e redução do uso indevido de drogas e o combate a violência na comunidade escolar, o Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência (Proerd) está há 22 anos atuando em prol da sociedade gaúcha.

Oportunizando novos conhecimentos e possibilidades, o projeto, desenvolvido no Rio Grande do Sul pela Brigada Militar, já orientou mais de 1 milhão de crianças e adolescentes, em todos os municípios do Estado.

Em Canela, o Proerd é oferecido em todas as escolas públicas e particulares.

Homem de 35 anos é acusado de abuso sexual contra duas meninas de dez anos

Fatos teriam acontecido por mais de dois anos, dentro da convivência familiar

Foto: Reprodução

Um homem de 35 anos está sendo acusado e investigado por suspeita de ter molestado sexualmente sua enteada e a prima dela, ambas com dez anos de idade, em momentos que ficava sozinho com as meninas.

O caso veio a tona após uma das crianças procurar um soldado da Brigada Militar durante uma atividade do Proerd, na escola.

Segundo o relato, o padastro, durante dois anos, tinha atitudes que são considerados abusos sexuais. Durante brincadeiras, tocava seus órgãos genitais e os da menina, chegou a tentar praticar sexo oral e vaginal, mas não conseguiu completar o ato. Além disso, frequentemente ameaçava a criança de morte, caso falasse algo, ameaçando também matar a mãe dela.

Após a família da mãe ter conhecimento dos fatos, e de registrar boletim de ocorrência na Delegacia de Polícia de Canela, a prima da primeira vítima relatou que também passou por situações semelhantes de abuso sexual.

As duas meninas moram em casas separadas, porém vizinhas. Era comum que passassem juntas alguns períodos e que convivessem em ambas as residências e era quando aconteciam os abusos. A segunda menina não contava que estava sendo molestada por medo que ninguém acreditasse nela. Como a situação de sua prima foi revelada ela tomou coragem e contou sua situação.

Caso é investigado na Delegacia de Canela

A Delegacia de Polícia de Canela já recebeu dois registros de ocorrência em relação a este caso, ambos lavrados como estupro de vulnerável.

O delegado Vladimir Medeiros informou que o procedimento corre no Cartório de Vulneráveis e a PC aguarda laudos psicológicos para dar andamento no inquérito.

Estatuto da Criança e do Adolescente

A reportagem da Folha, seguindo o preconiza o Estatuto da Criança e do Adolescente, preservou informações que possam levar às identidades das pessoas envolvidas no caso, no sentido de não identificar as meninas que foram vítimas, pois, se tratando de núcleo familiar, identificando o suspeito pode-se levar às vítimas.

Por fim, vale destacar que além de ser uma determinação legal (ECA), não identificar as vítimas, em casos como estes, é uma maneira de evitar que as mesmas possam sofrer algum tipo de preconceito, uma vez que já sofreram danos físicos e psicológicos.

Denúncias

A Comunicação Social do 1º Batalhão de Policiamento de Áreas Turísticas da Brigada Militar disse à reportagem da Folha que casos como estes, infelizmente, são comuns na cidade, havendo outros que foram identificados da mesma forma pelo Proerd, além de outros tipos de violência familiar.

É importante que as pessoas denunciem a violência sexual para interromper a violação, proteger as crianças e os adolescentes e garantir uma plena assistência médica e psicológica.

O registro das denúncias deve ser feito aos órgãos oficiais, mantendo o sigilo ao denunciante para resguardar a criança e o adolescente para que seja apurado e feito o encaminhamento necessário. Órgãos como Polícia Civil, Brigada Militar e Conselho Tutelar são indicados para informar situações deste tipo.

O Disque 100 é único para violência, abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes.