Canela,

4 de julho de 2024

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Operação Cáritas: contracheque contestado por advogados não foi falsificado

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Foto: Reprodução

Documento foi gerado por erro de sistema identificado após laudo encomendado pela Prefeitura de Canela

A Prefeitura de Canela acaba de receber um estudo, realizado pela empresa que desenvolveu e mantém seu sistema informatizado e o Portal da Transparência, que esclarece um dos pontos questionados no inquérito policial da Operação Cáritas pela defesa de Jackson Müller, ex-secretário de Meio Ambiente de Canela, preso duas vezes por denúncias de corrupção no âmbito da investigação policial.

Em entrevista coletiva, Müller acusou a Polícia de ter usado um contracheque “adulterado” ou “falsificado” do biólogo Tiago Becker, ex-assessor da Secretaria de Meio Ambiente, investigado na operação, qualificado como parte da suspeita de criar dificuldades para vender facilidades no licenciamento ambiental.

O documento, obtido no Portal da Transparência da Prefeitura, fez parte do relatório da 8ª fase, usado para mostrar que Becker era de fato servidor CC da Prefeitura de Canela, porém, continha valores diferentes daqueles que o biólogo recebia.

A defesa de Jackson também questionou o contracheque, afirmando que havia um documento falso no inquérito, em especial, tal citação aconteceu na sessão de julgamento de Alberi Dias por falta de decoro parlamentar. Müller e sua defesa chegaram a afirmar se tratar de fato grave e perseguição.

Para esclarecimento do fato, a Prefeitura de Canela acionou a empresa, que realizou um estudo para apontar o que havia acontecido. A reportagem da Folha, obtendo conhecimento deste fato, entrou em contato com a Prefeitura e foi atendida pelo Assessor de Imprensa, Rafael Zimmermann, e pelo Coordenador de Tecnologia e Informação, Eduardo Macedo.

Macedo explicou que o documento anexado ao inquérito realmente foi gerado pelo Portal da Transparência e que o mesmo possuía, na época da consulta aos dados, um erro de geração do documento de impressão, que em um tipo de filtro usado, gerava uma tela de impressão com o cabeçalho contendo os dados corretos do servidor, mas os vencimentos de outro.

No caso do contracheque do inquérito, os dados eram de Tiago Becker, como servidor, mas os vencimentos de um engenheiro concursado. Em 7 de maio tal erro foi identificado e corrigido pela empresa mantenedora do sistema, a pedido de outro município que utiliza o mesmo serviço.

A Prefeitura acredita que não houve má fé, nem de sua parte, nem da Polícia Civil, quando o documento foi gerado, sendo ele autentico, impresso pelo Portal de Transparência, que, naquele momento possuía uma inconsistência.

Assim, o estudo da empresa afasta definitivamente qualquer suspeita sobre o uso do contracheque como prova na investigação.

Questionado sobre o fato, o delegado de Canela, Vladimir Medeiros, responsável pela investigação, disse não ter se surpreendido com o resultado do laudo, que apenas confirma que nunca houve qualquer tipo de falsificação no documento.

“Evidentemente era o esperado, já que a Polícia Civil de Canela sempre trabalha dentro do rigor da lei”, citou a autoridade. Ele reafirmou o comprometimento de sua equipe desde o início da Operação Caritas. “Em mais de 20 mil páginas e um ano e meio de investigação, questionaram um único documento, que agora se comprova verdadeiro”, afirmou Medeiros.

Por fim, disse que todas as manifestações dos acusados e membros da organização criminosa buscaram, sem sucesso, enfraquecer as investigações, em ato que considerou no mínimo inadequado e que, no fim das contas, apenas demostra que não há argumentos capazes de afastar as sólidas acusações.

Questionado sobre eventual medida a ser tomada, o Delegado Vladimir apenas referiu que analisa com cautela todos os fatos para decidir, em momento oportuno, se irá tomar alguma providência, administrativa ou judicial, para garantir a defesa dos direitos dos policiais.

Sobre o atual momento das investigações, o Delegado Vladimir afirmou que o trabalho policial tem atingido todos os objetivos pretendidos, com responsabilização dos investigados, aproveitamento dos bens apreendidos em favor da comunidade e avanço na apuração dos fatos criminosos através do trabalho desenvolvido pela força-tarefa que a Polícia Civil integra.

Nota do editor:
Até às 17h59min desta quarta (27), o titulo desta matéria trazia o texto: Contracheque contestado por advogado não é verdadeiro. A pedido da defesa dos acusados, o mesmo foi substituído por “não é falsificado” pois, mesmo não tendo sido adulterado, trazia informações inconsistentes sobre o cargo e valores recebidos por Tiago Becker.

Sobre a 8ª fase da Operação Cáritas

Sobre a Operação Cáritas

Linha do Tempo da Operação Cáritas – Arte sobre fotos de Francisco Rocha e Reprodução

Fotos: Reprodução