Canela,

29 de dezembro de 2024

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Chico

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Francisco Rocha

A insurreição de Gilberto Cezar e as varas da discórdia

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Ao assumir como prefeito em exercício, Gilberto Cezar, ao que se sabe, sem consultar Constantino Orsolin, sacou de sua caneta e num chamegão só retirou de pauta os projetos de permuta do Centro de Feiras (para construção de um centro de convenções no Parque do Palácio) e da minirreforma que fatiava em duas secretarias a de meio ambiente e planejamento.

Insurgente este Gilberto!

Mas, por falar em Centro de Feiras, me faz lembrar uma lenda da Prefeitura de Canela, que se não me ataca o Alzheimer, se deu pelo idos de 1998.

Reza a lenda que o então prefeito José Vellinho Pinto (PDT), saia de férias e deixava seu vice, Darci Thomazi, como prefeito em exercício. Darci assumiu e demitiu o secretário de obras, porque havia uma desconfiança de superfaturamento nas varas de escora da obra do Centro de Feiras.

Aliás, a cor que escolheram para o Centro de Feiras era tão bonita que dois integrantes das Obras pintaram suas casas da mesma cor. Havia ainda uma rusga mal resolvida com relação a uma operação tapa buracos que não tapou os buracos certos.

Jean Spall, na época no PDT, mas já funcionário concursado, assumiu a secretaria interinamente. O hiato durou 24 dias.

Vellinho voltou, Jean foi removido para trabalhar nos Bombeiros, o secretário de Obras foi readmitido e Darci ficou sem sala, sem mesa e sem cadeira (e não estou aqui dando ideias).

Em 2000, Darci perdeu para Paulo Tomasine na convenção do PDT e não foi o candidato a vice para a reeleição.

Claro que esta é apenas uma lenda da Prefa e alguns detalhes podem não corresponder exatamente à realidade, mas que as varas fizeram um estrago, fizeram.

A política, a incompetência e a cegueira na Torre de Babel canelense

Eu escrevi, ano passado, que Canela vivia uma crise institucional sem precedentes, com uma enxurrada de denúncias de corrupção, colapsando os dois principais poderes do Município, Executivo e Legislativo.

De lá para cá, a crise só fez aumentar, isso porque quem poderia dar uma resposta à comunidade, está tomado pela cegueira do poder.

Essa cegueira impede que quem concentra o poder perceba que a mesma comunidade, que reelegeu esse governo com 80% dos votos, hoje reprova suas atitudes com quase o mesmo percentual.

Aqui na Folha, semanalmente cresce o número de reclamações da comunidade e o fenômeno tem vários motivos.

O primeiro é simples, os serviços não têm acontecido conforme a expectativa, falta competência. Vou me permitir reproduzir um trecho da decisão da juíza Simone Chalela, no processo sobre o sistema de tratamento de esgoto: “hoje, é inoperante pela falta de técnica, enfim, de profissionalismo”.

A falta de profissionalismo do poder público, na figura dos seus agentes políticos causaram a descredibilidade destes poderes. Ao invés de buscar profissionais que poderiam dar respostas frente aos diversos problemas, o sistema político segue colocando políticos em cargos estratégicos, os quais trabalham com dois objetivos: apagar incêndios e tentar melhorar a provação do governo, para tentar um sucessor.

Começam as brigas políticas de lado a lado e as poucas ações públicas têm este objetivo, político.

Se uma vez a comunidade ficava quieta, por medo de perseguição ou por acreditar que realmente o governo atual poderia emplacar mais de 8 anos (uma vez ouvi do ex-secretário de Turismo, Agnelo Sanchez, hoje preso pela Operação Cáritas, que este projeto era para 16 anos), hoje, ao não enxergar uma luz no fim do túnel, o contribuinte reclama, utiliza as redes sociais e procura a imprensa, pois se sente cada vez menos representado e não encontra uma maneira de bater na porta da Prefeitura e ser ouvido.

Para piorar a situação, vendo o tempo do Governo Constantino escoar, tal qual areia na ampulheta, velhas lideranças políticas surgem do limbo com o mesmo discurso de décadas atrás, que pouco deu certo no passado e com certeza não se aplica aos dias atuais.

Os partidos, já percebendo uma chance de vitória, começam a falar cada qual uma língua, tal como a lenda da Torre de Babel, na qual os homens construíam uma torre para chegar ao céu e desafiar o poder divino. Pela sua presunção, foram punidos por Deus que criou diversos idiomas, fazendo com que os homens não se entendessem e fossem cada grupo para um canto do mundo.

Porém, a comunidade canelense fala a mesma língua, paga pesadas cargas de impostos, trabalha, empreende e espera ser ouvida, compreendida e, sobretudo, respeitada.

Marcelo Savi no PP?

Crescem os rumores que o atual secretário de Obras, Marcelo Savi, poderá migar do MDB para o PP, sendo um dos nomes preferenciais para as eleições de 2024. Marcelo poderia ser um dos nomes em uma coligação ou até mesmo bancar uma chapa pura com nomes progressistas.

Não se a informação procede, mas Valle o registro. Não, Valle?

PDT de vice do PSDB?

Assim, entre prosas e poesias, entre um protesto e um projeto de lei, parece que o namorado está se ajeitando entre o PSDB e PDT.

Se por um lado o candidato tucano é Gilberto Cezar, que não por acaso só pode concorrer a prefeito, o vice do PDT poderá ser Vellinho.

Caso isso venha a acontecer, seria uma reedição da dupla que concorreu em 2008, só que com os cargos invertidos.