Canela,

3 de julho de 2024

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Leo de Abreu

VIRE O MATE

Leo de Abreu

VIRE O MATE – Partida!

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Chegou a semana santa, e com ela, convite do Festival da Barranca para os barranqueiros. O mais longevo festival do estado e berço do nativismo. Um encontro de grandes nomes da cultura gaúcha e rio grandense na beira do Rio Uruguai, com um único propósito: se encontrar.

A mística que envolve esse evento, terei o maior prazer em relatar na próxima semana, pois nesta próxima terça feira, estarei partindo pra lá. Será minha segunda barranca. Indo com Emilio Fogaça, Júlio Oliveira, Gabriel Castillhos e Bruno Rauber.

Um festival de tema, onde o tema no ano de 1985 foi justamente “Barranca”. E teve por vencedora a composição de Mauro Ferreira, intitulada “Partida”. E muito bem conta sobre os dias que antecedem o festival. Essa obra foi gravada por João Chagas Leite e muito já tocou aos domingos nas rádios.

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Partida (Mauro Ferreira)

Por que não vens dizer-me, amor que não te vais
Que há um outro rio maior do que o Uruguai
A unir nossos destinos, sempre mais?

Por que não vens, amor, para meus braços
Sem me deixar a te seguir os passos
Sem me deixar o coração a sós
Se é teu olhar que aquece e que me encanta
E um novo amor nesta semana santa
Virá tão lindo florescer em nós?

Arruma, flor, minha mochila inteira
Tô de partida nesta quarta-feira
Já não há mais como poder ficar
Quando chegou-me o eco da mensagem
Meu coração já estava de viagem
Rumo à fronteira louco pra chegar

Põe nesta mala umas quinquilharias
E pra passar uns três ou quatro dias
Basta a vontade de se encontrar
Com outro anguera e mirada franca
E descobrir nas vozes da barranca
Cada razão que me puxou pra lá

Põe um chapéu pro céu das madrugadas
E uma água benta pra benzer a estrada
Que irei fazendo por onde passar
Que em cada coisa há de ficar teu cheiro
Que é mais feliz aquele barranqueiro
Que após a festa tem pra quem voltar

Arruma, flor, minha mochila inteira
Tô de partida nesta quarta-feira
Já não há mais como poder ficar
Quando chegou-me o eco da mensagem
Meu coração já estava de viagem
Rumo à fronteira louco pra chegar

Põe um chapéu pro céu das madrugadas
E uma água benta pra benzer a estrada
Que irei fazendo por onde passar
Que em cada coisa há de ficar teu cheiro
Que é mais feliz aquele barranqueiro
Que após a festa tem pra quem voltar
Tem pra quem (voltar)

Outra composição consagrada que faz menção a este encontro é Milonga Abaixo de Mau Tempo, de Mauro Moraes, que diz:

“dei falta da santinha limpando os peçuelos

E do terço de tento, nas preces sinuelas

Logo em seguidinha, é semana santa

Vou cego pra Barranca, só depois vou vê-la

Amadaaaa”

Vamos!