Canela,

3 de julho de 2024

Anuncie

Leo de Abreu

VIRE O MATE

Leo de Abreu

VIRE O MATE – Pra guerra perdida

Compartilhe:

Forte é a carga para o mês de setembro quando se indaga ao que o gaúcho comemora na bem verdade. E rapidamente se associa todos os festejos a celebrações sobre revolução farroupilha lá de 1835. O dia 20 de setembro é de fato alusivo ao acontecido na guerra. Ao valente fato da primeira batalha da guerra se alastrou por dez anos.

Dizem que comemoramos uma guerra que perdemos.

Na próxima semana, farei questão de contar sobre o que comemoramos. Mas quero contar uma coisinha aqui, rapidona da tal guerra:

Quando esta trazida para nosso aprendizado, se fala nas escolas e no popular geral, sobre a insatisfação dos grandes estancieiros no preço do charque, sobre altos impostos que judiavam do sul do Brasil. Levando a história mais ao romance, se conta sobre anseios libertários em separar o nosso estado para sermos Republica Rio Grandense, o que também entraria abolição da escravatura, entre outras coisas que romanceando se conta.

Há tantos textos e artigos de exímios historiadores que contam sobre, que não me apegarei aqui a pregar verdades, apenas opiniões. Divergências gigantescas para falar sobre a causa, o estopim, personalidade das lideranças e o que levou ao tratado de paz. Mas uma guerra é uma guerra. Não é só romance. É sangue, fome, tripa e horror. Se fosse somente uma guerra a ser comemorada acredito que os festejos seriam diferentes…

• Siga Léo de Abreu no Instagram

Bueno, sabe o que há de ser comemorado realmente quando associarmos o setembro a guerra? Primeiramente, ser uma revolta, uma insubmissão de um povo com uma cultura própria contra uma pátria gigante. Muitas vezes foi o Rio Grande do Sul a sentinela brasileira pra lutar na fronteira por anos e anos antes, e assim foi bem depois de 1845.

Podemos comemorar a afirmação de quem hoje somos enquanto identidade. A ascensão de figuras e fatos heroicos. O reconhecimento internacional de que “ninguém pisa no nosso pala”.

Isso são coisas que a gauchada, dentro das suas razões, com bem menos do que se poderia se considerar o mínimo, segurou por dez anos uma revolução dentro do seu território. Vejam a história quantos feitos parecidos no Brasil surgiram e duraram pouco ou nada, quantos depois surgiram inspirados no feito dos tais farrapos.

Páginas terríveis sempre haverá neste livro, bem como qualquer outro livro de causos assim. Que se recorde e respeite Porongos. Mas Seival precisa ser lembrada.

Não vamos comemorar a guerra tão somente, mas vamos lembrar e contar sobre ela sim!

Somos o que somos.