Canela,

25 de julho de 2024

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Cabelo

OPINIÃO FORTI

Márcio Diehl Forti

OPINIÃO FORTI • O Rio de Janeiro continua lindo

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Tirei uma semaninha de férias e fui passear no querido Rio de Janeiro. Terra de Tom Jobim, Zeca Pagodinho, Maracanã, Cristo Redentor de braços abertos e por aí vai.

Quando vou a algum lugar sempre gosto de, em algum momento, não fazer o passeio trivial do turista. Claro que as belezas da cidade sempre são incríveis mas existe muito mais história a ser contada por cada localidade que passamos.

E assim conheci alguns clássicos da “gastronomia raiz” do Rio. Fui em um bar dedicado a Bossa Nova com décadas de história, em um restaurante que nasceu em 1903 e tem a receita de Filé à Oswaldo Aranha criada nas suas dependências. Comi PF’s em lugares pequenos mas com diversos causos contados em seus quebradiços azulejos. Falei sobre futebol tomando chopps cremosos com flamenguistas, tricolores fluminenses, vascaínos e Botafoguenses. É legal demais conversar com as pessoas sobre suas raízes e seu envolvimento com o local de onde vieram ou até onde escolheram passar suas vidas. Por mais que seja uma metrópole o Rio não perde aquele jeito moleque de ser. Seja mais humilde ou seja classe média as pessoas tentam a sua forma parecerem iguais entre si. É legal ver isso vindo de fora.

Claro que o Rio tem seus problemas com a violência (que não é tão descarada em muitos lugares como dizem), com o alto custo de vida e com as pessoas que abordam de forma ostensiva a todo instante quem quer dar um simples passeio em alguma de suas belas praias. Seria como se tu fosse dar umas 18 voltas ao redor da nossa Igreja. Só que de bermuda e pé na areia. Essa é a realidade.

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Teci esse pequeno comentário para traçar um breve paralelo com a nossa aldeia. Eu entendo que por aqui passamos muito tempo sem contato direto com o sol, e isso impacta em questões comportamentais. Está mais do que comprovado. Seríamos mais felizes tendo um sol brilhando em 90% dos nossos dias? Quase certo que sim. Mas precisamos ser tão sisudos e ultimamente tão reclamões com tudo e com todos?

Hoje noto que é difícil ter um grupo de amigos aonde consigamos nos reunir com o intuito único e exclusivo de se divertir e espairecer. Antes que pensem que é algo pessoal, olhem ao seu redor. Está tudo igual há tempos atrás? Você não mudou seu círculo de amizades, não se afastou de pessoas que quer bem ou não sente falta de fazer coisas simples que tanto te agradavam e hoje parece que tem uma barreira que te impede?

Ver um jogo do teu time com teus amigos te dá o mesmo prazer que antes? Fazer um churras e reunir esposa e casais de amigos sempre tem o mesmo final feliz quando acaba o evento? Tomar um chima com os amigos no final de tarde, ir no boteco tomar umas no sabadão? Aquele futebol que tu jogava toda terça ainda existe?

Hoje parece que vivemos um dilema de nem tentar buscar um pouco de alegria e risadas com nossos próximos. É mais fácil pegar o celular, ficar uma hora por dia discutindo sobre notícias de petismo e bolsonarismo (quase todas falsas a propósito), depois discutir se Inter ou Grêmio são maiores um que o outro e na sequencia falar mal do parceiro que tá fazendo a sua correria de vida. Até porque a vida dos outros parece sempre mais fácil e feliz do que as nossas não é mesmo? Todo mundo está na batalha, ou quase todo mundo, vá lá.

Precisamos ser mais felizes e precisamos também ficar alegres pelas conquistas dos outros. Ultimamente parece feio ser feliz, bem sucedido ou adquirir um bem. Até mesmo tirar férias parece ultraje, digo isso porque recebo piadas todas vezes que saio. A maioria levo na boa ou dou risada. É da vida, que por sinal é muito mais bonita quando pensamos nas coisas boas que ela nos entrega. Acho que é por isso que os cariocas parecem mais felizes que a gente! Mas isso é papo para um próximo texto!