Canela,

3 de julho de 2024

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Fê Brandão

EU VEJO VOCÊ

Fernanda Rosa Brandão

EU VEJO VOCÊ – O que estamos ensinando para as nossas crianças?

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O que estamos ensinando para as nossas crianças… não pode fazer bagunça, tem que ficar quieta, não pode gritar, não pode se sujar, não pode desobedecer, não pode e não pode. Porque pensamos que as crianças agitadas tem algo? Já se fala para observar que tem algum diagnóstico…

É preciso entender que somos diferentes e existem vários temperamentos. Crianças introvertidas e extrovertidas vão agir e reagir diferente perante as pessoas e seus ambientes. E estas diferenças afetam seu desenvolvimento e crescimento.

Como a criança introvertida tem as suas qualidades e especificidades que devem ser respeitadas e aceitas com amor pelas pessoas que a cercam, a criança extrovertida da mesma forma.

Como adultos e hoje responsáveis por essas crianças cheias de vida e de coisas para nos ensinar, devemos buscar aprender a melhor forma para conduzir os passos delas. Porque não existe manual para pais, nem para professores, e muitas vezes vamos apenas repetir, replicar o que nos foi transmitido.

Só que devemos levar em consideração que muita coisa evoluiu, desde nossa infância. Se naquela época funcionou, é porque tudo era diferente.

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Mas atenção ao fechar os olhos para tudo que está disponível, para contribuir com o melhor desenvolvimento atual das crianças. Talvez pense que do modo que foi educada, foi a melhor forma, com certeza nossos pais fizeram o melhor que puderam, porém muitos anos se passaram e como tudo evolui, as pesquisas e práticas trazem sempre novidades e diversas formas de olhar o ser humano que está se formando para a vida.

Para e pensa quais cobranças e exigências você faz às crianças. Elas tem maturidade para entender e agir conforme você quer? Nosso cérebro vai se desenvolvendo e adquirindo novas habilidades e entendimentos conforme vai amadurecendo e muitas vezes a criança não está preparada para cumprir determinadas tarefas.

Esteja no momento presente quando for solicitar ou exigir algo a elas, porque muitas vezes, por causa do dia a dia corrido, nem se dá conta do absurdo que está pedindo e quer que realize de forma rápida e sem explicações.

Sem comparações e rótulos aceitar e amar estas crianças não “apesar do seu comportamento” e sim “por causa dele.”

Eu tenho duas filhas, de dezesseis e doze anos e após aprender tanto a respeito das crianças, muitas vezes me senti culpada pelos meus comportamentos diante de algum desafio. Passei a entender que estava fazendo o que achava certo e não tinha consciência dos vários bloqueios e traumas que estava causando, e não por agressões e sim pela forma de agir e reagir.

Uma coisa é fazer e não saber que está errado, outra é você fazer sabendo que está errada. E cada um de nós tem seus traumas e bloqueios que vão precisar ser trabalhados e olhados com carinho. Acolher e saber que estão ali, já é um grande passo para avançar na vida e assim crescer com mais leveza. E não esqueça: “EU VEJO VOCÊ.”