Canela,

17 de julho de 2024

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OPINIÃO FORTI

Márcio Diehl Forti

OPINIÃO FORTI • E pra Canelense, fica quanto?

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A frase título é muito usada no nosso comércio. Aquele desconto a mais para morador local que muitos lojistas acabam concedendo na “parceria” para o Canelense. Essa frase é tão famosa que muito turista é alertado por algum conhecido e tenta passar essa. Só que o sotaque mineiro ou carioca acabam traindo os mesmos que acabam dando um sorrisinho sem graça quando desmascarados. Todo comerciante tem uma história assim para contar.

Comecei com essa frase por que nesta quinta-feira pela manhã escutei o bom programa Timeline na rádio Gaúcha. Nele estavam o secretário de turismo Gilmar e o diretor artístico Luiz Alves. Na entrevista de cerca de vinte minutos, Paulo Germano, Luciano Potter e Kelly Matos bateram um papo com os dois sobre o Sonho de Natal aqui da nossa cidade.

É compreensível que o Gilmar não vá aos microfones do principal veículo de comunicação do estado e um dos maiores do país para desabonar um evento que ele é responsável e que é o vetor do turismo na cidade no final do ano. Mas quem está por dentro da realidade se assustou, principalmente quando Canela foi comparada a Orlando, nos Estados Unidos.

Por mais que eu ache nossa cidade incrível e com potencial gigantesco, eu tendo a acreditar que os participantes do programa se equivocaram. Sim, temos Parques ligados a iniciativa privada incrível e ainda uma natureza que abunda. Temos um comércio forte e paramos por aí. Os eventos em Canela ou estão definhando ou deixaram de existir. A infraestrutura para receber os milhares de turistas da “Mini-Orlando” é precária, com trânsito caótico, pouco esgoto tratado, seguidas faltas d’água e um hospital que está anos-luz atrasado em relação ao que precisamos.

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Na questão social, temos moradores de rua por diversas partes da cidade, consumo de drogas em nível alarmante e quem quiser fazer um experimento social, sugiro passear pelo centro com atenção, que vai ter a oportunidade de ver diversas coisas.

Voltando ao turismo, o principal cartão postal central da cidade está infestado de vendedores de quinquilharias, muitos protegidos por uma lei que até seria justa, desde que seguida à risca. As abordagens são ostensivas, fogem do bom senso e atrapalham quem quer realmente fazer as coisas de forma correta.

O evento Sonho de Natal está decepcionante, com programação atrasada, decoração deixando a desejar e diversas dúvidas pairando no ar, inclusive o espetáculo da Chegada do Papai Noel correndo risco de não acontecer.

Enquanto isso, os impostos batem à porta mensalmente, os aluguéis que não são baratos seguem sendo pagos, o custo de vida é alto e a sensação de impotência segue aumentando. Será que em Orlando também tem desconto para “Orlandinos”? Na mini, está cada vez mais difícil de se conceder!