Canela,

3 de dezembro de 2024

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Chico

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Francisco Rocha

O desafio da reconstrução diante das dores e das perdas

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Parados não vamos ajudar a nós mesmos nem aos que perderam tudo

Todos sabemos que o momento atual vai passar. A estrada é longa e tortuosa, mas vai passar. E este é o nosso grande desafio, enquanto povo gaúcho. Em meio ao luto e ao sofrimento, ter força e inteligência para chorar e lamentar nossas perdas, sermos solidários com quem precisa e determinação para continuar, pois, caro leitor, teremos de continuar.

Parados não vamos ajudar a nós mesmos nem aos que perderam tudo. Não se trata de se exibir nas redes sociais festejando, claro que não, mas o mínimo de normalidade para quem ainda dispõe desta alternativa é o começo desta recuperação.

Foi linda a corrente solidária que se formou e ainda existe. Pessoas que se focaram em ajudar o próximo e fizeram disso, também, sua maneira de seguir em frente, mesmo dedicando até mais de uma semana sem trabalhar para servir como voluntário.

Mas, agora, já surgem as primeiras notícias de fechamento de negócios e de demissões na Região. O reflexo será grande. Hoje, nossa tarefa é além da reconstrução, de casas, de bairros, de cidades e de regiões, das reconstruções físicas, mentais e emocionais. Será uma reconstrução de ideias e convicções.

Fazer tudo ao mesmo tempo, pensar no futuro imediato, em médio e longo prazo, sem parecer insensível diante da catástrofe que se abateu sobre os gaúchos.

Ir almoçar em um restaurante, pagar a mensalidade da academia, comprar na farmácia, acionar o motorista de aplicativo, aproveitar uma promoção beneficente, são maneiras importantes de evitar que este quadro piore, trazendo o desemprego e medo.

Cada negócio que segue com suas portas abertas tem por trás um empreendedor e uma centena de pessoas que, mais do que nunca, necessitam deste emprego. Se emprego e renda forem colocados em risco, será ainda maior a crise social que vivemos.

Retomar as atividades cotidianas, tão logo seja possível, é a melhor maneira de começar esta reconstrução e honrar o esforço de cada voluntário e cada doador que têm auxiliado nosso querido Rio Grande.

Os últimos dias foram de consternação e dor. Nada trará de volta as vidas levadas pela água. Mas, tenho certeza que a fibra e raça do gaúcho forjarão, novamente, um Estado forte e vibrante. Como nos versos cantados por Zé Cláudio Machado: Levanta Gaúcho, todos precisam andar…