Já faz algum tempo que não assisto a sessão da Câmara, ao vivo, em sua totalidade. Cabe destacar que isso faz parte da minha atividade profissional e passei a ver alguns trechos na velocidade 2 no meu horário de expediente.
Primeiramente foi um pedido da minha família, que implorou que eu não os submetesse a isso nas noites de segunda-feira. Então, passei a assistir de fone, mas cá entre nós, eu e você que lê esta coluna, pensa em 8 minutos do Alberi tentando te convencer que Canela tem que comprar um avião de rosca, saltando do fone de ouvido. Pensa!
Desisti! Passei a adotar a tática antes referida, que aliás é mais divertida, pois a voz deles fica típica de comédia na velocidade 2.
Claro que, esporadicamente, surgem bons discursos e boas ideias, mas, são um oásis dentro da fogueira de vaidades e interesses eleitorais dos nobres edis.
O pior é quando alguém te chama no Zap: tu viu o que tá rolando na Câmara? E lá vou eu aturar o ao vivo…
Foi o que aconteceu no bate-boca entre Jerônimo Terra Rolim (PDT) e Emília Guedes Fulcher (Rep), na semana passada, fato que se desenrolou nesta semana.
Eu não sei, ainda, quem tem razão na discussão, mas convenhamos, um vereador deve ter, pelo menos, mais respeito com quem os assiste, já que não possuem muito entre si.
Eles estão ali representando a comunidade e não o seu bel prazer e motivação pessoal.
Além do mais, independentemente de ter razão ou não, a Dona Emília, da qual eu nunca fui muito fã como vereadora, é uma mulher, e idosa, a qual deve ser tratada com respeito. Falassem assim com a minha mãe ou com a minha avó, seja lá qual fosse a treta e o desfecho não ia ser legal.
Mas o que quero dizer com isso é que os vereadores que tanto se queixam da falta de ética e técnica do Executivo, transformam a sessão da Câmara em Matiné dos Trapalhões, uma completa falta de respeito entre eles e com a comunidade.
Há os que não se metem na treta, é verdade, e poderiam dizer: mas Chico, tu estás generalizando. Mas, senhores e senhoras, nobres edis, vocês deveriam ser os primeiros a recriminar estas atitudes, na tribuna, e colocar ordem na Casa. Se não o fazem, consentem com o que lá acontece.
Depois choram as pitangas que não são convidados para isso ou aquilo, que as sessões não têm público e que a Câmara não tem representatividade. Porque será, né?
Por fim, uma denúncia (e aqui vos fala alguém que trabalha com isso diariamente), quando feita com responsabilidade, vem com provas. Se faltam provas, viram fofocas. Vereadores, se os senhores não têm poder ou pernas para chegar na prova, se resguardem, repassem suas denúncias para uma autoridade competente, como a Polícia Civil, reservadamente, a qual vai verificar os fatos e, aí sim, se houver irregularidades ou crime, divulguem o fato.
Antes disso fica parecendo briguinha de criança.
O pior de tudo é que a Câmara custa caro, bem caro para o contribuinte. Lembrem-se, quando investidos na função de vereador, os senhores são funcionários do povo, com o dever de representa-los, não envergonhá-los.