Canela,

22 de novembro de 2024

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Chico

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Francisco Rocha

Quanto custa um vereador para a comunidade?

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Proposta que vai à votação, na Câmara de Canela, prevê aumento de 24% para os nobres edis

Sempre no ano de eleição, o último de mandado, a Câmara de Vereadores vota o salário dos novos eleitos, vereadores, prefeito e vice, podendo também alterar o salário dos secretários. É justamente os três projetos de lei que vão entrar em tramitação na próxima semana, na Câmara de Vereadores de Canela.

Normalmente, neste período, acontecem questionamento sobre o recebido pelos nobres edis, com perguntas como: quanto custa um vereador para a comunidade? O serviço prestado por eles vale esse dinheiro?

Esta coluna já escreveu, pelo menos, umas três vezes sobre o tema.

Pois bem, a proposta que vai à votação, ao menos que mudem algo até lá, prevê um aumento na casa de 24,5% para os representantes do povo, passando o vencimento de R$ 6.988,70 para 9.268,25.

Se levarmos em conta a responsabilidade do cargo, não parece muito dinheiro. Ocorre que este valor é para trabalhar quatro noites por semana, R$ 2.317,06 por sessão. Como o compromisso do vereador é ficar apenas até a parte da votação, coisa que dura no máximo duas horas e meia, quando muito, temos um valor aproximado de R$ 930,00 por hora trabalhada.

Claro que alguns vereadores se envolvem em comissões, devem ler e estudar os projetos com antecedência, ir a encontros públicos e participar de eventos, mas, mesmo assim, é um valor significativo.

Mudança de pensamento

Nesta semana, em uma conversa/discussão em um grupo de empresários, muitas sugestões de mudança de pensamento, inclusive na linha que meu amigo e colaborador, colunista Márcio Diehl Forti, escreve em seu espaço nesta semana.

Mas, porém, todavia e entretanto, é necessário lembrar que os vereadores chegam ao cargo através da moeda corrente da política, o voto. E, se lá estão, é porque uma parcela significativa da comunidade escolheu aquela forma de agir.

Isso serve para nos lembrar que política não se faz só durante seis meses em ano eleitoral. Quem se elege, goste você dele ou não, trabalha para conquistar o voto todos os dias, durante quatro anos.

Reclamar nas redes sociais não vai mudar a composição da Câmara. É preciso descer para o “chão de fábrica”, conhecer a realidade do nosso Município e realmente atuar nas causas comunitárias.

Ninguém escapa da política, querendo ou não. “Quem não gosta de política, está condenado a ser dirigido por aqueles que gostam”, alguém já falou muito tempo atrás. A frase tem quase 2.500 anos e é atribuída a Platão, filósofo grego que viveu entre 428-348 antes de Cristo. Dá para dizer, então, que a gente não tem o direito de fechar os olhos para a política. Agindo assim, alguém vai mandar na nossa vida e nem poderemos reclamar que eles vão receber mais de R$ 9 mil por quatro noite trabalhadas.

Ou pior ainda: vamos apostar na “antipolítica” e nos “antipolíticos” e vermos o desastre que vai ser.  Deixar como está para ver como é que fica é uma solução muito ruim, é decididamente política a nossa presença ou a nossa ausência nas questões comunitárias. Depois não adianta reclamar.

Em tempo: prefeito e secretários

Ainda, os projetos preveem o aumento de R$ 12.154,25 para R$ 15.000,00 para secretário Municipal, o que acredito ser justo, pela responsabilidade do cargo. A bem da verdade, em algumas secretárias poderia ser até mais.

Já o vice, passa de R$ 9.977,90 para R$ 15.000,00. Este, na minha opinião, é um baita absurdo, uma vez que o vice trabalha se quer e vai ganhar a mesma coisa que um secretário. O ideal seria o vice assumir uma secretaria ou então receber o proporcional ao salário de prefeito quanto estiver substituindo o mesmo.

Já a proposta para o salário do prefeito é de que passe de R$ 25.827,78 para R$ 27.734,70, o que também é justo, levando em conta a responsabilidade do cargo.