Canela,

3 de julho de 2024

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Chico

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Francisco Rocha

O estranho caso do Município que não tem e não consegue fazer um ginásio

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Canela é um caso a ser estudado. Sério, tem coisas que não têm explicação. A novela do Ginásio Municipal é uma delas.

Somos o único município da Região e um dos poucos do Estado que não tem um ginásio municipal. E olha, não foi por falta de tentativa.

A novela vem de longa data, em 1970 foi aprovada e sancionada a primeira lei neste sentido, quando o então prefeito Bertholdo Opptiz definiu um local para a construção do ginásio de Canela. Seria a quadra que hoje abriga a Delegacia de Polícia, a Apae e a Escola Rodolfo Schlieper.

A área foi comprada em 1971, mas, em 1972 foi doada uma parte para a construção da Apae e, em 1979, a outra parte para a delegacia. Desde então, não houve outra destinação para um ginásio.

Lá por 2010, 30 anos depois, o então prefeito Constatino comprou a área da Celulose para ser transformada em um complexo esportivo, inicialmente também não previa um ginásio.

Em 2017, em novo governo Constantino, a Prefeitura realizou uma votação entre os desportistas, para saber se o ginásio seria construído na Celulose ou no Canelinha. A preferência do Governo era o Canelinha, mas perdeu no voto e acabou sendo definida a área da Celulose como local para construção do ginásio.

Da votação para cá, são sete anos. Da área da Apae para cá, são 53 anos. Vários prefeitos, diversos partidos e nada, nada de Ginásio Municipal.

Eis que neste ano, surge uma luz no fim do túnel, uma verba de R$ 9 milhões, oriundas de um aditivo com a Corsan, destinada para a construção do Ginásio.

Parecia um sonho, mas ainda assim tinha gente contra. Foi necessário um forte movimento dos esportistas canelenses para garantir a aprovação da lei. A partir daí, tirando a morosidade do Poder Público, ia tudo bem, até que nesta segunda: Tcharãn: um projeto de lei surpresa, incluído na Câmara para alterar o destino da verba.

Agora, o filme se repete. O prefeito quer os R$ 9 milhões de volta, para usar CASO NECESSÁRIO, como ele mesmo diz na justificativa, na recuperação do Município, depois dos estragos causados pela forte chuva que atingiu o Estado no mês de maio.

Nada demais, né? Quem esperou 53 anos pode esperar outros 53.

Assim? De supetão: toma o que te mandaram! E ainda tinha vereador querendo votar e aprovar isso na última segunda.

Acredito que não exista um canelense que discorde da necessidade de recuperar a cidade, todos sabem o momento que passa o Estado e que a situação econômica vai mal, com a falta de estradas e com o fechamento do Aeroporto Salgado Filho.

Mas, a única solução é mexer na verba do Ginásio? Não há uma reserva de contingência? Onde esse valor vai ser investido? Não há uma forma de economizar recursos? Não existe como buscar mais recursos externos?

Pois bem, os esportistas já voltaram a se organizar e se preciso voltarão à Câmara de Vereadores, cobrando que os edis não aprovem este projeto. Os esportistas querem garantias, querem diálogo, querem ser ouvidos.

E seguimos assim, em Canela, o estranho caso do Município que não tem e não consegue fazer um ginásio. Na próxima segunda, com a palavra, os vereadores de Canela.