Tivemos quatro mortes violentas nos últimos dias em Canela. Eu não vou me ater a parte noticiosa porque ela foi muito bem coberta pela Folha como sempre. Eu pensei muito no que escrever desde sexta-feira. Foi melhor ter esperado.
Quando você tem um espaço em uma empresa de credibilidade como a Folha a atenção precisa ser redobrada. É claro que a minha coluna é de opinião e a responsabilidade sempre vai ser minha. Aliás falando em responsabilidade eu gostaria de entender melhor de quem é a mesma. Canela vinha há quase um ano sem homicídios. Só que a escalada do tráfico de drogas continuava. Cedo ou tarde iria acontecer, independente do ótimo trabalho realizado pela polícia civil e também da Brigada Militar. Só que até as teclas do meu celular sabem que nosso contingente é ínfimo para as nossas necessidades. Temos poucos policiais civis, o efetivo da Brigada Militar diminui consideravelmente em proporção ao crescimento da população e não temos uma necessária Guarda Municipal que poderia amenizar um pouco tudo o que acontece.
Você se sentia seguro em Canela, antes dos fatos de semana passada? Você se sente confortável caminhando pelo centro da cidade em qualquer hora do dia? O que você pensa quando olha para a Igreja e seu entorno? Já caminhou pelo meio da Praça João Correa ultimamente em um final de tarde? Já passou após as 23 horas pela Osvaldo Aranha? Estacionou seu veículo ou passou a pé pela parte dos fundos da Casa de Pedra? Sábados à noite já caminhou no Parque do Lago? Bairros como São Lucas, São Rafael, Santa Marta e São Luiz ultimamente sofrem com diversas questões sociais. E não vão ser apenas lâmpadas de LED, asfalto ou promessas vazias que vão resolver.
Por que Canela não consegue sediar o comando Regional Da Brigada Militar? A mesma situação vale para a delegacia regional? Porque não temos ajuda de custo para profissionais que vem de fora? Qual nossa política para enfrentar a drogadição? Existe projeto para uma guarda municipal? Como está a questão do prometido Ginásio Municipal e a implementação do Plano de Cultura que podem tirar muita gente da situação de risco? Qual o projeto para o Parque do Lago? E o Centro de Feiras: seria melhor ter sido vendido do que ficar abandonado? Como está sendo fiscalizada e cobrada a negociação que colocaria o comércio Indígena na Praça? Por que a lei de Publicidade não é fiscalizada e colocada em prática na nossa comunidade?
E a Igreja Matriz que virou terra de ninguém com gente abordando, camelôs, panfleteiros, traficantes agindo a luz do dia (e sendo mortos) e muitas pessoas normalizaram tudo isso? Qual a opinião da Casa Paroquial sobre tudo isso?
É muita pergunta. Provavelmente ficarei sem algumas respostas mas o que gostaria muito é que as pessoas parassem de terceirizar responsabilidades. O problema é de todos nós e algumas situações tem muitos responsáveis e não são apenas os políticos, que fique claro. Quando a causa é bonita aparece um monte de gente pra tirar foto. Ou discutimos tudo isso com maturidade ou vamos ficar sempre correndo atrás do nosso próprio rabo.
O espaço da coluna está aberto para todos os contrapontos de quem quiser se manifestar.
Parabéns Bethy e Chico
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