Canela,

22 de dezembro de 2024

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OPINIÃO FORTI

Márcio Diehl Forti

Opinião Forti | O Favor que Custa Caro

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Estava eu indo ao mercado no domingo passado pela manhã quando vi uma série de caminhões e funcionários de empresas ligadas à RGE trabalhando em postes na entrada da cidade. Fiquei surpreso por estarem trabalhando em um domingo, ainda mais com o tempo ruim que se apresentava. À tardinha, começaram a surgir notícias de que havia falta de água em alguns pontos de Canela e Gramado. Logo mais veio a confirmação: devido a essas obras, houve uma perfuração que acabou causando essa intercorrência.

Longe de mim, uma pessoa extremamente desastrada, dizer que acidentes não podem acontecer. Mas é impressionante como parece que CORSAN, RGE e alguns setores do poder público não trabalham com redução de danos. Sempre tem algo acontecendo e sempre tem problemas que causam constrangimento para muitos usuários. E, geralmente, a solução não é rápida. Demora dois, três, quatro dias. E não venham me dizer: “Mas antigamente a gente passava uma semana às vezes sem água.” Pois é: antigamente se passava sem internet, sem luz, sem celular, e tudo certo. As coisas mudam de figura. Inclusive, para ajudar essas empresas a se comunicarem e reduzirem os riscos de uma atrapalhar os serviços da outra, não é mesmo?

Falando em atrapalhar, toda vez que falta água, quantas empresas são prejudicadas? Como os restaurantes vão operar de forma eficiente? Como os hotéis e pousadas vão oferecer o melhor para os seus hóspedes? Como as máquinas das lavanderias self-service (nova febre) vão trabalhar? Quem paga esse prejuízo?

Agora, experimente atrasar uma das continhas maravilhosas de RGE ou CORSAN. Experimente contestar as tarifas “básicas” que de básicas não têm nada. Experimente solicitar um serviço por alguma falha específica na sua instalação. Aí, não tem choro. Se você tentar a sorte nos chats “intuitivos” ou em 0800 que não te atendem ou te fazem quase implorar para conseguir falar com a pessoa certa, no final você vai se sentir pedindo um favor, praticamente implorando. É a realidade de um serviço que não tem concorrência, é caro e, quando estava na mão do poder público, também não funcionava.

Qual a solução? Sinceramente, não sei. Mas gostaria muito de uma maior cobrança do poder público, inclusive com multas que deveriam ser impostas contratualmente. Se, neste caso, a culpa foi da RGE, que ela arque com o prejuízo. Se a CORSAN não entrega o básico, que se faça algo no sentido de cobrar de verdade. Às vezes, parece que olhamos o poder público e as concessionárias como os jogadores do Flamengo nos anos 2000 e a diretoria do clube carioca. Lembram da clássica frase do Vampeta: “Eles fingem que me pagam e eu finjo que jogo!” Aqui parece que o poder público finge que está de olho e as concessionárias fingem que estão fazendo o seu melhor. Lamentável!

Fim de Mandato

Findando o trabalho dos nobres edis nesta gestão. Foram quatro longos anos com farpas, discussões, trocas de cargos, trocas de siglas e decisões polêmicas. Poucos conseguiram se reeleger. Isso é um sinal. Que os novos vereadores tenham o discernimento da importância do seu cargo e do decoro que ele representa. Aos antigos, sucesso na sua nova caminhada. Pessoalmente, sei que todos têm família, são pessoas dignas e merecem total respeito na sua vida particular. O colunista Márcio Diehl Forti sempre separou o público do privado. Coisa que, em certos momentos, alguns portadores de cargos não souberam fazer. Que 2025 traga uma luz diferente à vida dessas pessoas.