Em tempos de informação rápida e redes sociais, o silêncio diante de um fato relevante não protege ninguém. Pelo contrário, apenas abre espaço para que rumores, distorções e desinformação tomem conta do debate público. Quem se cala diante de uma crise, perde a chance de esclarecer os fatos e acaba permitindo que a versão mais conveniente para terceiros se torne a verdade aceita.
Na última semana, Canela presenciou um exemplo claro disso. O motim ocorrido no Presídio Estadual de Canela, no dia 15 de fevereiro, gerou um turbilhão de informações desencontradas. Com a ausência de uma comunicação oficial imediata por parte da Susepe, restaram apenas boatos e especulações, cada um puxando o caso para um lado. Até a publicação desta coluna, o que de fato aconteceu dentro do presídio segue sem um posicionamento claro da instituição responsável. O resultado? Desinformação e insegurança na comunidade.
Talvez, não por acaso, nesta semana foi realizada a troca do delegado da Susepe responsável pelos presídios da Região.
Este não é um caso isolado. No dia a dia, este colunista frequentemente recebe mensagens privadas de detentores de cargos públicos discordando de opiniões expressas neste espaço. O debate é natural e até necessário. Discordar faz parte da democracia. Mas há uma diferença entre contestar um ponto de vista e transformar uma crítica ou análise política em algo pessoal.
A imprensa cumpre um papel essencial em qualquer sociedade democrática: levar informação ao cidadão para que ele possa formar sua própria opinião sobre os fatos. Em Canela, cidade pequena – ou nem tanto – essa missão se torna ainda mais importante, pois muitas vezes a comunicação oficial falha ou chega tarde demais.
Em um cenário assim, a melhor estratégia para qualquer pessoa pública ou instituição é sempre a transparência. O silêncio pode parecer uma proteção no curto prazo, mas no longo prazo só gera desconfiança. Comunicar rápido e com clareza evita que meias-verdades e fake news tomem conta da narrativa.
Afinal, como diz o ditado: quem não se comunica, se complica.