As políticas públicas estão sendo ditadas pelas redes sociais
Antes que você leia este título com a ideia de que sou um jornalista avesso à tecnologia, deixo claro: não é o caso. Uso e defendo a tecnologia no dia a dia — inclusive no meu trabalho jornalístico.
Ocorre que vivemos em tempos em que as redes sociais não só ditam moda e tendências de comportamento, como também passaram a influenciar diretamente as políticas públicas.
As redes sociais são ferramentas poderosas — e como toda ferramenta, exigem responsabilidade no uso. Quando viram bússola única de governo, desorientam mais do que guiam.
A coluna da Juliana Alano faz uma analogia interessante de como mães são líderes de seus lares, tal qual grandes empreendedores lidam com a gestão de suas empresas (se você não leu, está nesta edição virtual e no Portal da Folha).
Ela cita planejamento, organização financeira, empatia, coragem e outras qualidades que as mães têm em comum com grandes gestores.
Na política, não é diferente. Órgãos públicos são, na prática, grandes estruturas de prestação de serviços. Utilizam recursos públicos — pagos pelos cidadãos — e respondem por áreas fundamentais da vida em sociedade.
A Prefeitura de Canela, por exemplo, é a maior “empresa” da cidade, com orçamento milionário, centenas de servidores e responsabilidade direta sobre quase todos os serviços que impactam o dia a dia da população.
Assim como na iniciativa privada, o cliente — aqui, o cidadão — nem sempre tem razão. E os ocupantes de cargos públicos precisam entender isso, mantendo sempre o respeito e o diálogo.
Mas manter o diálogo não significa rebater comentários em redes sociais, tampouco permitir que publicações com muitos likes se transformem em diretrizes de governo. A gestão pública precisa ouvir, sim — mas precisa, acima de tudo, saber filtrar o que é demanda legítima e o que é ruído.
Como as mães que dizem “não” aos filhos por amor e responsabilidade, governantes precisam tomar decisões nem sempre populares, mas que beneficiem o bem comum.
Preocupa-me, imensamente, esta tendência a dar mais ouvidos às redes sociais do que à razão. Isso acontece em Canela, no Estado e no País.
Quando isso acontece — ou quando o governo evita determinadas ações com medo das críticas nas redes —, na esmagadora maioria das vezes, quem perde é quem mais precisa do serviço público.
Eu não devo ter mais nada para fazer da vida…
Sempre que uma matéria vai ao ar e alguém se sente ofendido com ela, imediatamente o ataque é à imprensa, como se nós fossemos os algozes.
A imprensa é um meio, não um fim. Culpar o mensageiro é sempre mais fácil. Superestimam-se, estes que pensam que eu levanto da cama e digo “hoje vou fazer uma matéria para atacar o fulano”… Como se tivesse algo a ganhar com isso.
Fosse assim, eu realmente não teria mais nada para fazer na minha vida!
Um abraço carinhoso às mães
Neste domingo (11), é Dia das Mães. Meu abraço carinhoso para estas mulheres especiais, mães biológicas ou do coração. Criaturas mágicas e espetaculares que são o centro de nossos lares de das nossas famílias.
Não há presente que possa retribuir tudo o que vocês fazem por nossas vidas!