Certa vez, quando eu era jovem e toda a minha família ainda vivia sob o mesmo teto, meu irmão mais velho, o Cássio, chegou em casa desafiando todos a falarmos rápido a palavra “Papibaquígrafo”. Foram minutos de risadas, porque é realmente um trava-língua clássico—difícil não se atrapalhar tentando pronunciar esse termo rapidamente. Bons tempos, quatro irmãos reunidos, morando juntos com nossos pais.
O tempo passou, crescemos, e cada um seguiu seu caminho. O mesmo tempo levou meu amado irmão Cássio mais cedo do que deveria. Hoje, sinto saudade, mas sou grato pelo convívio e pela alegria com que ele sempre encarava os desafios e a vida. Minhas irmãs e eu seguimos firmes ao lado de nossos queridos pais.
Sempre que vejo uma rua de paralelepípedos, lembro da tal palavra. Paralelepípedos também são trava-línguas. E digitar isso aqui no computador também não é fácil, meus amigos. Como também não está fácil trafegar por vias cobertas por esse tipo de pedra. A Fernando Ferrari está caótica, a Paul Harris parece uma montanha-russa e a Santa Terezinha é pura aventura se você ousar passar dos 30 km/h. A Ernesto Dornelles tem buracos onde, bucolicamente, passarinhos tomam banho nos dias pós-chuva.
A realidade dessas vias, essenciais para o nosso trânsito, é bem complicada. O governo Gilberto Cézar tem inúmeras prioridades em sua gestão, e é compreensível que ainda não tenha conseguido desenvolver um projeto para essas ruas. Mas, cedo ou tarde, alguém vai ter que meter a mão e fazer algo.
Tomemos como exemplo a Fernando Ferrari, onde está situada a nossa Secretaria de Turismo e Cultura: a rua está péssima, mas péssima mesmo. Fico pensando se a secretária de Turismo, Kênia, resolvesse convidar um grupo de empresários de fora para uma reunião na sede. Só de chegarem até ali já se assustariam—e sabemos que as primeiras impressões são essenciais.
Que essas ruas de paralelepípedos parem de travar não apenas nossas línguas quando as mencionamos, mas também o trânsito, já que precisamos evitá-las quando deveriam, na verdade, servir como um desafogo para a nossa circulação.
Ah, e só para constar: a palavra “Papibaquígrafo” não existe no sentido real.
Mas e o Márcio Hein?
Acompanhei a sessão da Câmara na última segunda-feira, e o vereador Roberto Danany foi muito astuto em um de seus pronunciamentos. Ele mencionou o atual chefe da fiscalização, Márcio Dias, que, nos últimos anos, era figurinha carimbada nas sessões, pronunciando-se veementemente sobre o comércio indígena—ou melhor, sobre o camelódromo, que crescia vertiginosamente e incomodava os comerciantes na época. Como segue incomodando agora, que fique claro.
Danany disse estar com “saudades” do Márcio, que, segundo ele, não tem aparecido tanto ultimamente.
Imagino que Márcio Dias esteja realmente tentando, junto à equipe chefiada por Adriel Buss, resolver a situação de alguma forma. Mas o fato de já estarmos no sexto mês da atual administração só mostra como essa resolução é complexa. Enquanto isso, o camelódromo cresce exponencialmente, ocupando quase toda a calçada do lado direito da quadra da nossa Catedral de Pedra. Situação delicada.
Falando em tempo
E a Rota Panorâmica? Continua fechada, eu sei. Com a palavra, a administração.
Ótima ação
Por outro lado, excelente o movimento do prefeito Gilberto Cézar em busca de mais profissionais para a nossa rede municipal de ensino. Questão urgente—o número de monitores e professores precisa aumentar. Parabéns aos envolvidos!