Canela,

4 de julho de 2025

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Chico

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Francisco Rocha

O Estado que funciona X o Estado que não funciona

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Você que acompanha esta coluna já deve ter lido eu criticando o Estado (Poder Público em geral) comparando-o a um submarino, que de vez em quando até boia, mas foi feito para andar no fundo e ainda lança um torpedo para afundar os outros.

Essa é a melhor definição que eu conheço para o poder público no Brasil, carecia de uma complementação, que é caro demais seu custeio.

Exemplos do estado que não funciona temos diversos aqui em Canela, principalmente de serviços concedidos. Corsan, RGE, Sulgás, EGR… São empresas privadas ou autarquias que prestam serviços que são de competência do Estado.

A RGE tem uma concessão do Governo do Estado para o fornecimento de energia elétrica, a Corsan, uma concessão da Prefeitura de Canela para serviços de água e esgoto. A Sulgas é uma empresa privada com uma concessão do Governo do Estado e a EGR uma autarquia do Governo do Estado, que serve para cobrar pedágios.

Aqui em Canela e Gramado, tivemos nesta semana diversas quedas seguidas de energia elétrica. A justificativa que foi dada à Prefeitura, segundo o secretário de Trânsito e Fiscalização, Adriel Buss, é simples: demanda além da capacidade de atendimento.

Ou seja, no verão ficamos sem água e no inverno sem energia elétrica. E cadê o planejamento e o investimento para que isso não aconteça, RGE e Corsan?

No último sábado, a Mercúrio, empresa terceirizada da RGE, promoveu o caos no centro de Canela, trocando postes e cabos para ampliar a capacidade de fornecimento de energia para a Corsan poder atender a adutora que vai abastecer Gramado.

É só uma das bobagens e serviços mal feitos ou sem planejamentos que a RGE entrega para a comunidade. A Corsan, além de ineficiente no esgoto, há dois anos vem estragando ruas em Canela para poder levar água à Gramado. Cobra caro e entrega pouco, o conserto das vias realizado pela Corsan, você conhece né?

A Sulgas, que está instalando gás canalizado, começou bem, mas caiu na vala comum de vias com consertos meia-boca e atrapalhando o canelense. Ela, juntamente com a EGR e suas intervenções, alagaram pelo menos três vezes a propriedade em que fica a Hencke Suporte e Assessoria, próximo à rotula do Distrito Industrial. Agora, a obra nova daquela pavimentação está lá, parecendo queijo suíço, para eles consertarem o serviço mal feito. Ainda, não se sabe quem vai pagar o prejuízo da empresa atingida.

São exemplos simples de serviços mal feitos que foram normalizados porque nós, cidadãos, contribuintes, que pagamos imposto até para respirar, somos acomodados, não reclamamos e não procuramos nossos direitos.

Não exigimos que Prefeitura e Governo do Estado, como órgãos fiscalizadores, façam a sua parte, notificando e multando as empresas que comentem irregularidades ou serviços mal feitos.

Este é o Estado que não funciona, por causa de políticos que não querem trabalhar ou se indispor, ou por nossa causa mesmo, que não cobramos das empresas e dos órgãos públicos que trabalhem com o mínimo de qualidade.

Mas existe o Estado que funciona, em parceria com a iniciativa privada

Por outro lado, aqui em Canela também existe o Estado que funciona. Para nossa sorte, contamos com Judiciário, Bombeiros, Polícia Civil e Brigada Militar que prestam um serviço de altíssimo nível para os canelenses.

Imagine você que o acidente com a brasileira Juliana Marins, que morreu após passar dias sem resgate em um vulcão na Indonésia, tivesse acontecido em Canela. Você duvida que nossos Bombeiros teriam resgatado a jovem com vida? Eu afirmo: teriam.

Isso porque estes serviços dos órgãos de segurança e do Judiciário são prestados com muita competência em Canela e acabando envolvendo a iniciativa privada, que auxilia sempre que pode.

É uma via de duas mãos, a comunidade ajuda, equipa e os órgãos estatais (o estado que funciona) nos devolve cada vez mais um serviço de qualidade.

Esta semana, no dia 02, Dia dos Bombeiros, aconteceu uma solenidade para entrega de equipamentos de resgate, a maioria adquirida e doada para a iniciativa privada, que também tem auxiliado e equipado BM e PC.

Este estado que funciona tem uma peculiaridade. Apesar de serem órgãos públicos e, portanto, estarem sob coordenação geral de políticos, possuem nos seus comandos e direções servidores de carreira. Delegados, capitães, tenentes e juízes, que priorizam o bom serviço público, prova de que o Estado sem a ambição política (caça de votos) funciona bem e pode andar de braços dados com a iniciativa privada, trazendo excelência e desenvolvimento.

Lembro de um tempo atrás, que invejávamos as estruturas dos órgãos de segurança de Igrejinha e Três Coroas, que avançaram com a ajuda da iniciativa privada. Isso passou a acontecer em Canela e agora, em algumas áreas já temos melhor estrutura que eles e em outros estamos chegando lá.

Falta ainda o auxílio moradia para as forças de segurança, pago no Vale do Paranhana e que não temos aqui, por isso, os servidores preferem trabalhar lá que em Canela. Falta isso e ainda não saiu porque depende de quem? Da Prefeitura! E aliás, depende faz anos, tá? Ou seja, esta não é uma crítica a esta ou aquela administração, mas ao sistema como um todo. A vontade política caminha na direção da projeção de imagem e futuros votos, não adianta. Se não tem voto, não tem vontade política.

Mas, fica aqui o exemplo do Estado que funciona, apesar da falta de apoio e vontade dos setores controlados por políticos.

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