Canela,

25 de setembro de 2025

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Secretário de Trânsito revela que transporte público de Canela opera sem contrato formal desde 2013

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Legalmente, a Prefeitura não pode exigir que a empresa cumpra roteiros, horários ou linhas

O transporte coletivo em Canela, alvo constante de críticas de moradores e usuários, voltou ao centro do debate nesta semana. Em entrevista à Folha de Canela, o secretário municipal de Trânsito e Fiscalização, Adriel Buss, revelou que a empresa responsável pelo serviço, a Viação Canelense, atua apenas por meio de uma permissão administrativa, sem contrato formal vigente desde 2013.

Reclamações constantes da comunidade

O jornalista Francisco Rocha questionou o secretário a respeito das frequentes reclamações recebidas pela população: ausência de linhas em determinados bairros, falta de atendimento ao interior e à região do Chacrão, atrasos constantes, veículos em más condições e descumprimento de regras de trânsito. Para muitos usuários, o transporte público figura entre os piores serviços concedidos em Canela, atrás apenas do saneamento básico.

“Não existe contrato”, afirma Buss

Ao ser questionado sobre a origem do contrato da empresa, Buss foi direto:
“O que está vigente hoje, a permissão, é de 2013. Aí eu vou dizer assim: eu desafio qualquer pessoa a me trazer aqui o contrato firmado em 2013 e trazer quais foram as cláusulas dele. Sabe por que eu desafio? Porque não existe contrato”.

Segundo o secretário, a Viação Canelense opera há mais de uma década apenas por permissão precária. Isso significa que, se a empresa decidir encerrar as atividades, a cidade ficará imediatamente sem transporte público. E é também por este motivo que a Prefeitura não pode exigir que a empresa atende determinados roteiros ou linhas.
“É isso aí. Por permissão. Infelizmente é. E se a empresa disser hoje que não quer mais, vai embora e acabou. Canela fica sem transporte público”.

Estudo para nova licitação

Buss ressaltou que a situação não foi criada na atual gestão, mas herdada de administrações anteriores. Ele afirmou ser o primeiro secretário a trazer o tema publicamente, em respeito à população:
“Eu sou o único secretário que tem coragem de vir a público e dizer isso, porque é a verdade. Eu não tenho por que mentir à população canelense”.

Segundo o secretário, a Prefeitura trabalha em um estudo técnico para avaliar custos, demanda e viabilidade do transporte coletivo. O objetivo é realizar uma nova licitação em 2026, garantindo que a empresa vencedora tenha responsabilidades contratuais claras e compromissos de qualidade com a comunidade.
“Nós estamos trabalhando num estudo técnico novo para apurar todos os números e fazer uma nova licitação, se Deus quiser, para o ano que vem, para ter uma concessão do serviço. O município não precisa enriquecer com o transporte público. Ele tem que fornecer. Isso é uma concessão. O que tem hoje é uma permissão”.

A entrevista completa, que também tratou de Estacionamento Rotativo, da Corsan e das empresas Mercúrio/RGE, você confere no link: https://www.youtube.com/live/WrpJC2Yfzm0