Canela,

22 de dezembro de 2024

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OPINIÃO FORTI

Márcio Diehl Forti

Opinião Forti: A Queda Anunciada

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Os últimos dias de eleição mostraram tendências que se confirmaram quando os números das urnas começaram a aparecer. Gilberto Cezar e Gilberto Tegner terão o comando executivo da cidade de Canela nos próximos quatro anos. Essa semana ainda farei uma coluna dedicada a esta vitória e a minha expectativa sobre essa gestão.

Mas quero me ater a chapa derrotada um pouco. Em absoluto vou pessoalizar a derrota da coligação MDB-PSD nas pessoas de Marcelo Savi e Luciano Melo. Ambos eram vereadores com mandato ativo e seriam provavelmente reeleitos. Marcelo foi o mais votado na última eleição. Ambos pegaram um rabo de foguete e acabaram pagando o preço junto com todos os envolvidos na eleição para a majoritária. Mas abaixo citarei alguns fatos e escolhas que certamente fizeram com que a derrota, apesar de dolorida, ficasse clara no horizonte de quem a analisa.

A coordenação de campanha

 Xuxú era uma pessoa insubstituível nesse quesito. Ele tinha vivência, conhecia o partido, os adversários e o ambiente. Parecia sempre um passo à frente e tinha ascendência sobre todas as peças do seu tabuleiro de xadrez. Precisava bater de frente: escolhia a pessoa certa. Precisava apaziguar os ânimos: agia. Precisava trocar nomes ou agregar aliados: assim era feito. O coordenador de campanha do MDB não se parecia em nada com o anterior, não conhecia a militância do partido e agia com um ar de soberba que contrastava com o estilo do candidato a prefeito. Não casava.

As declarações de alguns candidatos

 Antes das convenções Jeferson Oliveira falou que não merecia salário e não se sentia útil na câmara. Carla Reis reclamou que não teve suporte do governo e quando secretária de turismo não pode fazer o que queria. Luciano Melo brigou até o último momento para ser o escolhido para majoritária e inclusive pensou em sair do partido. Se tanta gente parecia descontente internamente como manter a ideia de união e de mais quatro anos do projeto?

A relação com o atual prefeito

 Constantino Orsolin falava que seguiria no governo. Mesmo com o desgaste de uma gestão que teve pessoas presas e parou de investir no turismo como mola propulsora da cidade ele dava declarações que as vezes pareciam descoladas com a realidade e afirmava que seguiria trabalhando na administração. Qualquer partido que passa oito anos no governo tem rejeição e, notando isso, Marcelo Savi agiu como oposição ao atual prefeito quando conveniente, fazendo críticas a diversos setores da atual administração. Só que Marcelo nunca deixou claro se Constantino Orsolin estaria na barca ou não.

Quem falava em nome do projeto

 Um dos exemplos ruins de “jornalismo” que temos na região, passou metade do seu tempo falando bobagens e tentando atacar alguns players da eleição. Se declarava peça importante da campanha e, em nenhum momento, foi desautorizado publicamente pela alta cúpula da coligação. A rejeição que já existia, piorou ainda mais!

Elenquei algumas causas e sei que existem outras. Na câmara o MDB foi muito bem, elegendo 5 vereadores. Caras novas e algumas conhecidas. E agora, como ficará o partido? Marcelo e Luciano terão força para daqui a quatro anos aprenderem com os erros e tentarem novamente? Qual será o papel de Constantino Orsolin a partir do primeiro de janeiro que se aproxima? E quem serão os novos líderes de bancada na câmara neste novo momento? Dúvidas, questionamentos e uma certeza: a forma de fazer campanha em Canela mudou. E quem não entender isso ficará cada vez mais trás!