Canela,

16 de junho de 2025

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Leo de Abreu

VIRE O MATE

Leo de Abreu

Respiros

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Ali próximo à rótula que tem um posto de gasolina, na rua João Pessoa fica o Sicredi. Ali, nesse Sicredi, tem um espaço bem interessante. Palestras, apresentações, encontros… um lugar que funciona!
Poderia ser um a mais entre tantos mas é um entre poucos. Afinal, poucas paredes que sustentam telhados nessa cidade estão aptos a receber sobre encontros e cultura, e muitos que tem: faltam as portas abertas.
Nessa quarta feira, aconteceu lá um encontro promovido por um pessoal que quer movimentar sobre a cultura gaúcha e foi um encontro muito do bom!
Temas que precisam ser ouvidos. E afirmo sobre ser ouvidos, e não discutidos como neste caso. A patroa do CTG Rodeio Serrano Flávia Breier ali da vizinha cidade de São Francisco de Paula compartilhou sobre como foi seu envolvimento com uma entidade tradicionalista até chegar onde chegou, no ponto mais alto. Destacou que como líder, ter uma base sólida de pessoas que compartilhem o mesmo apreço e tenham a mesma força de vontade para liderar é imprescíndivel. E também, o que para mim foi o ponto alto da sua fala, sobre respeitar a essência em tradição de cada um. Diferenças que segmentam mas somam para uma causa maior e isso veio em uma fala onde ela contou sobre o uso do vestido de prenda em formalidades da sua posição, afinal, sua essência era o vestido e não haveria motivo para se adequar a bombacha e bota na sua representatividade dado que vem do lado artístico da coisa e não da campeira. Essa afirmação com propriedade sem estar frágil a retaliações de comentários descabidos é sem dúvida um respiro na tradição sul Rio Grandense.
Quem também falou nessa preciosa noite de encontro foi Cassiane Ribeiro, seu esposo Fernando e juntos a seu filho Joaquim, trazendo o assunto da tradição ao olhar deles e a relação da familia com os eventos das campeiras. Mas é preciso e precioso dizer, que no momento em que a patroa Flávia passou o microfone para a Cassiane começar sua fala, o assunto se seguiu em um mesmo universo mesmo com mulheres com identificações tão diferentes dentro do tradicionalismo. Ali foi a chave de ouro dessa soma.
Uma mensagem digna de passar na televisão, na nossa RBS pra tentar unir mais a gauchada. Espantar quem de bobo fala que nossa cultura tá mordida e se acabando (por vezes, me incluo nisso).
Os encontros vão seguir acontecendo mensalmente lá com palestrantes diversos…. Mas seguindo nesse ruma aí, serão aulas e aulas.

Alô entidades daqui, vamos tocar pegar umas aulinhas dessas hein…