Canela,

19 de junho de 2025

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Cabelo

OPINIÃO FORTI

Márcio Diehl Forti

Oposição e Situação Unidas em Canela

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Não tinha como não deixar de escrever sobre a grande polêmica da cidade. A manifestação do diretor de departamento Almir Santos Junior, lotado na saúde, na Tribuna do Povo da Câmara Municipal de Canela, foi… pródiga. Ele conseguiu algo raro: ser unanimidade. Ninguém concordou com ele.

Apesar de tentar se embasar em dados (acredito que todos verdadeiros), Almir foi desastrado em quase todo seu depoimento. Foi deselegante ao querer ensinar aos vereadores como devem se portar. Foi infeliz ao afirmar que pede laudos a pacientes que precisam de transporte (não é atribuição dele). Tentou bancar o superior ao exibir seu pretenso “curriculum” como servidor público. E foi arrogante demais ao tentar falar como se fosse um político consolidado, sendo praticamente um desconhecido — em uma cidade que já sofre, ano após ano, com deficiências crônicas na saúde pública.

Quem precisa do SUS para quimioterapia, hemodiálise ou qualquer tratamento não tem que passar por constrangimentos como os citados — nominalmente — pelo diretor Almir. Assim como os vereadores e o público presente também não precisavam ter ouvido aquilo. Que bom que nomes como Jone (que, pessoalmente, enfrenta isso com um familiar), Cabo Antônio e Nene Abreu se posicionaram com firmeza logo no início da sessão.

No fim, o pedido de Almir — para que oposição e situação se unissem, deixando de lado as divergências políticas — se concretizou. Todos se uniram para condenar suas infelizes colocações. Irônico, não?

Quero acreditar que Almir tenha qualidades e alguma utilidade para a comunidade. Mas, sinceramente, não parece haver mais clima para ele no cargo. Suas declarações reforçaram muitas das queixas dos usuários do transporte. No fim das contas, ele acabou dando razão a todas elas. Mais uma saia justa que o secretário Jean Spall não precisava enfrentar. E, segundo fontes de dentro da secretaria, é questão de horas para que o diretor deixe o cargo.

Notícias boas

Dias atrás, recebi uma mensagem de um leitor/ouvinte me perguntando se eu comentaria sobre as viagens do prefeito Gilberto Cézar. Pois bem: vou.

O cargo de prefeito também é representativo. Eleito, o gestor tem muitas missões — e delegar bem é uma das mais importantes. Eu não sou do time que valoriza o prefeito que chega às 6h e sai às 22h do gabinete. Tampouco acho que o mais relevante é correr para frente das câmeras com colete da defesa civil no primeiro sinal de desastre climático, como adora fazer o nosso governador.

O que me interessa é o resultado. E, segundo consta, essas viagens renderam R$ 4 milhões em emendas para Canela. A relação custo/benefício me parece razoável. Só espero que os prazos para uso dos recursos não sejam perdidos — senão, nada adianta.

A propósito

O governador já começou a discursar sobre as chuvas e suas consequências. Mais de um ano depois de um dos maiores desastres da nossa história, a pergunta continua: o que foi feito para mitigar os efeitos das chuvas no Estado?

Menos samba enredo e mais entrega. É isso que a população espera — e merece.