Canela,

18 de julho de 2025

Anuncie

Cabelo

OPINIÃO FORTI

Márcio Diehl Forti

A Festa Colonial e a Arte de Ser Negativo Sem Nem Perceber

Compartilhe:

A Festa Colonial começou semana passada e já está bombando! Comida boa, programação pra todo gosto e um público além do esperado. Teve erro no início? Teve, sim. Mas nada que não possa virar lição: a secretária Kenia e sua equipe vão precisar afiar o radar pra alguns detalhes nos próximos eventos.

Só que aí vem o lado “me deixa ser azedo em paz”: alguns amigos (e não só eles, viu?) resolveram mirar só nas pequenas falhas. Parece que virou esporte olímpico ver o lado ruim da coisa. Entendo que muita gente anda meio desacreditada — política, economia (que, cá entre nós, estão tipo novela das 8 que por sinal começa as 9 horas há anos), ou só aquela vibe “não tá fácil pra ninguém”. Mas a tendência é essa: enxergar o copo meio vazio, mesmo quando ele está quase transbordando.

Sabe aquele ser humano que você evita perguntar “tudo certo?” porque sabe que vem uma lista de tragédias estilo boletim policial? Então, esse espécime tá virando pandemia. Mas olha, se você é desse time, fica tranquilo: ninguém aqui tá dizendo que está com a vida resolvida. Problemas? Tenho uma coleção. Só que sair despejando isso por aí como quem distribui santinho em eleição não rola. A real é que todo mundo tá batalhando — alguns quietos, outros fazendo stories disso.

Agora, me diz: em que momento a gente foi convencido de que só desgraça rende atenção? As redes sociais jogam logo as imagens mais bizarras e esquecem que a gente acha mais legal pôr do sol, cachorro fofo e gentileza. O algoritmo, as vezes, é caótico.

Não estou aqui pra virar coach de rodoviária, mas está mais que na hora de olhar pro espelho coletivo: viramos máquinas de reclamar e fazer careta pra ideia alheia. Quer prova? Veja as avaliações dos restaurantes e hotéis da região. Elogio é seco tipo “ok”, mas crítica parece TCC com bibliografia e tudo. Jogador do meu time? Um bando de cone. Político que não votei? Inútil. Alguém comprou carro? Está desviando verba. Emagreceu? Tá no Ozempic. A régua da desconfiança está calibrada no modo paranoico.

Hoje as relações de amizade, trabalho e afins passam por momentos complicados. É gente reclamando, gente sendo negativa na ideia alheia e gente secando via rede social. Aliás as redes sociais também contribuem, infelizmente, para muitas dessas coisas. Na rede de fotos muitos vendem uma vida de sonhos que não condiz com sua realidade. Quem olha de fora pensa que sua vida é péssima e a dos outros ótima e não é verdade. Bem pelo contrário.

 Eu sinceramente não sei em qual momento da minha vida isso aconteceu. Mas aconteceu. Eu também me tornei negativo. Agora estou tentando me policiar, estou tentando enaltecer o que vejo de bom, o que consumo de bom e torcendo pelo crescimento de todo mundo que está a minha volta. Não sei se com quarenta e tantos vou conseguir. Mas, como diria o inesquecível Chorão: “Para quem tem pensamento forte, o impossível é só questão de opinião”.