Canela,

5 de outubro de 2025

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OPINIÃO FORTI

Márcio Diehl Forti

Qual o Plano, meu Diretor?

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Canela sempre teve um Conselho do Plano Diretor bastante atuante. Porém, também existem muitas críticas ao órgão, principalmente por ser considerado um “feudo” por boa parte da população. Segundo alguns, as mesmas figurinhas carimbadas vivem transitando por lá. Ninguém discute a competência delas, mas se questiona por que tantas outras pessoas que também poderiam contribuir não participam.

A real é que, até onde fui, o novo plano atualiza diversas questões pertinentes à nossa cidade — como índices construtivos, melhor aproveitamento de terrenos e um zoneamento que potencializa algumas regiões no aspecto de desenvolvimento. São muitas nuances e detalhes que podem, sim, fazer Canela evoluir.

Acompanhei boa parte da apresentação e dos debates sobre o novo Plano Diretor de Canela. Tema polêmico, diga-se. Atualmente, temos um plano considerado defasado pela maioria das pessoas aqui na cidade afinal, 17 anos atrás muita coisa era diferente. Ainda assim, ele é defendido com unhas e dentes por setores mais conservadores da aldeia.

Agora, precisamos analisar os poréns. E a realidade da nossa cidade tem um grande “porém”, citado e criticado por muita gente, inclusive por membros desta gestão, que na época da eleição falavam horrores da morosidade dos processos. Qualquer projeto para construir ou reformar em Canela é lento, burocrático e extremamente complexo de aprovar.

Pego o exemplo de Farroupilha, que se modernizou com um programa chamado “Aprova Fácil”, reduzindo processos que demoravam até 180 dias para rápidos 30. É a tecnologia e o bom senso trabalhando lado a lado. Capão da Canoa também evoluiu: hoje os processos são ágeis, transparentes e correm em uma velocidade razoável. Documentos não se perdem, os proponentes são atualizados em tempo real e o dinheiro investido por eles em burocracia não fica preso por meses — ou até anos — fazendo com que se sintam confiantes e prestigiados pelo poder público.

Enquanto isso, em Canela, uma cidade que evoluiu em diversos níveis, os métodos e a atuação da Secretaria de Meio Ambiente soam arcaicos. E isso não é de hoje. Os valores cobrados são altos, os prazos são horríveis e a forma de apreciação dos projetos não é clara nem objetiva. Resultado: insatisfação, falta de confiança de quem quer construir ou reformar e muitas, mas muitas reclamações.

Não se pode, obviamente, pessoalizar. O atual secretário da pasta é uma das pessoas mais corretas que conheço. O professor Frozi é alguém acima da média. Mas ele segue os processos que tem à disposição, e esses processos já não cabem mais na nossa cidade. Hora de rever tudo. O novo Plano Diretor vem aí, mas não adianta nada receber um projeto e peças de uma Ferrari se os mecânicos estão acostumados a lidar apenas com Mareas.

Roupa Suja se Lava na Casa do Povo

Ao menos é o que vemos no MDB. A discussão entre os vereadores Leandro Gralha e Cabo Antônio foi o ponto alto da última sessão. Gralha verbalizou sua insatisfação com o partido e as ameaças de expulsão que anda sofrendo. Cabo Antônio, em sua fala, incitou o vereador a renunciar à cadeira, já que ele não tem mais interesse em ficar no partido — e a vaga, pelas leis eleitorais, pertence à sigla, não à pessoa.

As farpas seguiram, ao ponto de o vereador de primeira legislatura, Antônio, sugerir que a Câmara deveria punir de alguma forma os vereadores que não ficam durante as sessões e, segundo ele, inclusive vão embora antes do fim. Um claro recado a Gralha, mas que também pode ter respingado em Jone Wulff, que seguidamente se ausenta no meio das sessões.

O fato é que agora a questão não é se Leandro Gralha vai sair do MDB, e sim quando. Alguns partidos devem ter a preferência do vereador. PSD, se ele quiser virar situação, deve ser seu destino. Se quiser um voo solo e mais protagonismo, o PL pode virar sua legenda. A saber se seu assessor, Marcelo Savi — que concorreu ao cargo de prefeito na última eleição — vai lhe acompanhar.

Parem que Está Feio

O Chico escreveu uma coluna inteira sobre um tema pertinente ao momento no esporte: pais que não ajudam em nada o desenvolvimento dos filhos, fazendo fiasco nas arquibancadas e dando péssimos exemplos a uma gurizada que não precisa disso.

O que posso complementar é que, se continuarmos nessa toada, pouco a pouco vai acontecer algo que jamais imaginaríamos: o desinteresse de grande parcela da população pelo esporte que, no mundo todo, é símbolo do nosso país.

Já temos clubes, em sua maioria, quebrados e que não valorizam de forma sincera seus torcedores. Aliás, a maioria dos torcedores é formada por jogadores de futebol que não deram certo. Mas aí seguem a vida em outra profissão e mantêm a paixão pelo clube de coração.

Qual a motivação de um guri que se apaixonou pelo futebol se a própria família, que deveria acolhê-lo, acaba colocando uma pressão desmedida? Acaba xingando um garoto rival ao seu filho, mas que tem a mesma idade, com impropérios só porque o time dele está vencendo o seu.

O esporte de base tem que priorizar sempre a formação de cidadãos. O competidor vai surgir naturalmente, pela personalidade de cada um. Pais que incentivam demais isso acabam apenas frustrando os filhos e criando um problema desnecessário.

Se você é pai e se joga nas redes para xingar adversários ou reclamar de um erro do seu filho, só posso dizer uma coisa: para que está feio e você está passando vergonha!