Canela,

5 de dezembro de 2025

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Polícia Civil de Canela prende vereador Leandro Gralha por coagir denunciante em caso sobre o Hospital

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Investigação aponta que Gralha ameaçou um cidadão para forçar a retirada de denúncia sobre possíveis irregularidades; prisão preventiva foi decretada para evitar novas interferências.

A Polícia Civil de Canela prendeu preventivamente, na manhã desta quinta-feira (04), o vereador Leandro Gralha da Silva (MDB), acusado de coagir um cidadão para que retirasse uma denúncia envolvendo supostas irregularidades no Hospital de Canela. A ação ocorreu no bairro Santa Marta e é resultado de investigação conduzida pela Delegacia de Polícia da cidade.

De acordo com a investigação, o caso teve início quando um morador protocolou na Câmara Municipal uma denúncia relatando possíveis desvios de verbas na instituição de saúde. Ao tomar conhecimento da acusação, o vereador teria ido até a residência do denunciante e feito ameaças que levaram retirar a denúncia feita à Câmara de Vereadores. A vítima, ouvida duas vezes na Delegacia de Polícia, relatou ter temido por sua segurança, o que acabou comprometendo o andamento do processo administrativo que apurava as irregularidades.

O investigado responde pelo crime de coação no curso do processo — previsto no artigo 344 do Código Penal —, indicando os fatos que a ameaça não foi um ato isolado, mas direcionada a impedir a continuidade das investigações sobre possível uso irregular de recursos públicos e outras irregularidades eventualmente praticadas pelo vereador.

O inquérito também aponta que o vereador possui histórico de envolvimento em outros procedimentos policiais, incluindo registros por peculato, corrupção passiva, crimes contra licitação e um inquérito anterior pelo mesmo crime de coação no curso do processo. Para a autoridade policial, esse conjunto de antecedentes reforça os indícios de autoria e demonstra um padrão de comportamento voltado a dificultar ações de investigação e controle.

A prisão preventiva foi solicitada para resguardar a ordem pública e evitar interferências na instrução criminal. Segundo a Polícia Civil, medidas alternativas não seriam suficientes diante do poder político do investigado, de seu comportamento durante os fatos e do risco de novas tentativas de intimidação.

O delegado Vladimir Medeiros, responsável pelo caso, destacou a relevância da ação policial:

“Trata-se de uma prisão de suma importância para a garantia da ordem pública e da credibilidade das instituições. Um vereador não pode se valer de grave ameaça para coagir um cidadão que cumpre seu dever cívico de denunciar irregularidades. A ação demonstra o compromisso da Polícia Civil de Canela com a rigorosa apuração de crimes que visam embaraçar a justiça e a probidade administrativa, visão certamente compartilhada com Ministério Público e Pode Judiciário, ambos favoráveis à representação policial.”

A Polícia Civil informa que as investigações seguem em andamento e reforça seu compromisso com a proteção da população e com a responsabilização de práticas que atentem contra a administração pública e o funcionamento das instituições.

Gralha já havia sido preso anteriormente pela Polícia Civil em uma das etapas da Operação Cáritas.

A reportagem da Folha entrou em contato com a assessoria do vereador a qual espera acesso ao inquérito para oferecer contraponto.