Canela,

5 de dezembro de 2025

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EDUCAÇÃO FINANCEIRA

Juliana Alano

O que todo empresário deveria fazer em dezembro — e quase ninguém faz

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Caro leitor, dezembro costuma ser um mês dividido entre a pressa de fechar o ano e o desejo de descansar. Mas, para quem empreende, ele tem um potencial estratégico que raramente é aproveitado. É justamente nesse período que pequenas ações — simples, rápidas e silenciosas — podem determinar se o próximo ano começa organizado ou caótico.

O primeiro movimento essencial é uma auditoria rápida dos processos. Não precisa ser complexa: basta olhar com honestidade para onde houve retrabalho, atrasos e falhas frequentes. Pequenos ajustes que passam despercebidos ao longo do ano podem eliminar problemas que insistem em aparecer.

Depois, é hora de encarar os números com profundidade. Faturamento sozinho não conta a história real. Dezembro pede análise de rentabilidade, inadimplência, aumento de custos e identificação dos produtos ou serviços mais lucrativos. É esse olhar que permite entrar em janeiro com estratégia — e não apenas esperança.

Outro ponto que muitos ignoram são os riscos ocultos. Dependência de poucos clientes, contratos desatualizados, processos que só uma pessoa domina, documentação incompleta, enfim dezembro é o mês perfeito para identificar essas fragilidades. Qualquer risco ignorado agora pode virar um problemão no início do ano.

Também é o momento de organizar documentos, revisar cadastros e alinhar fornecedores. Essa arrumação, embora pareça burocrática, libera tempo, reduz erros e abre espaço para negociações mais vantajosas quando o ano virar. Empresas que fazem esse dever de casa começam janeiro com menos urgências e mais clareza.

E existe um ponto crítico que poucos empresários param para observar: a capacidade real da equipe. Dezembro é o momento ideal para mapear quem evoluiu, quem precisa de treinamento e quais funções estão sobrecarregadas. Muitas empresas começam o ano com crescimento na demanda, mas sem pessoas preparadas para atendê-la — e isso compromete vendas, qualidade e reputação. Uma simples conversa de avaliação pode revelar talentos escondidos e gargalos que passam despercebidos o ano inteiro.

Outro movimento poderoso é revisar o posicionamento e a comunicação. Mercados mudam, concorrentes evoluem e clientes exigem cada vez mais clareza. Em muitos negócios, a mensagem que está sendo comunicada já não representa o que a empresa entrega, e isso afeta diretamente as vendas. Dezembro permite essa reflexão estratégica: ajustar proposta de valor, renovar materiais, atualizar redes sociais e alinhar discurso comercial. Pequenos ajustes de comunicação podem gerar grandes saltos de resultado no próximo ano.

E, por fim, chega o ponto que diferencia negócios amadores de negócios profissionais: definir prioridades, não apenas metas. Metas são importantes, mas prioridades são o que realmente orientam ações. Entrar no ano sabendo o que precisa acontecer nos primeiros 90 dias muda completamente o ritmo da gestão.

No fim das contas, dezembro não é apenas o último mês do ano — é o mês que determina o primeiro. Quem aproveita esse período para revisar, organizar e planejar não apenas vira o calendário: vira o nível do negócio. Porque enquanto muitos entram em janeiro apagando incêndios, poucos entram acendendo oportunidades. E são sempre esses poucos que chegam mais longe. Pense nisso!