A Folha de Canela chega à sua edição de número 700 carregando mais do que páginas, datas e registros. Carrega uma história construída com trabalho, adaptação e compromisso com a comunidade que sempre esteve do outro lado da notícia.
Nascida no impresso, a Folha aprendeu cedo que jornalismo não é forma, é essência. O papel foi, por muitos anos, o nosso território natural. Ali se consolidaram hábitos de leitura, vínculos de confiança e uma identidade editorial que atravessou décadas. Até 2020, foi assim. Então veio a pandemia e, com ela, uma das maiores inflexões da nossa trajetória: a decisão de seguir em frente como um veículo 100% digital.
A edição virtual, em PDF, havia nascido antes, em 2018. Ela não foi um improviso, nem um apego ao passado. Foi uma ponte. Cumpriu um papel fundamental ao preservar o ritual da leitura, manter a organização editorial clássica e acompanhar leitores históricos em um momento de mudança abrupta. Ao longo desses anos, a edição virtual ajudou a sustentar a transição, sem romper laços, sem perder identidade.
Chegar à edição 700 é, portanto, resultado de um caminho longo e consistente. São centenas de edições impressas até 2020, seguidas pela continuidade no formato virtual, sempre com o mesmo compromisso: informar com responsabilidade, independência e atenção à realidade local. Ao lado dessas edições regulares, a Folha produziu diversos cadernos especiais, a Revista Turismo Hortênsias e mais de 52 edições do Jornal de Canela, título que também integrou esse percurso e que tem um lugar guardado em um projeto especial da Editora Folha, preservado como parte da memória jornalística da cidade.
Encerrar a edição virtual neste momento não é uma ruptura. É uma escolha editorial consciente. O consumo de informação mudou, os hábitos se transformaram e a Folha decide, com maturidade, concentrar sua energia no Portal da Folha, no jornalismo diário, nos vídeos, nas transmissões ao vivo e nas plataformas digitais. Não se trata de reduzir presença, mas de ampliá-la onde o leitor está. O jornalismo segue mais vivo do que nunca, apenas em formatos mais adequados ao tempo presente.

Este editorial é, sobretudo, um agradecimento. Aos leitores que acompanharam a edição virtual, que mantiveram o hábito, que confiaram e caminharam conosco nesse período de transição. Aos patrocinadores, em especial àqueles que estão ao nosso lado desde 2012, no início dessa jornada, acreditando na Folha e sustentando o jornalismo local quando ele mais precisou de fôlego e confiança. Aos colunistas, que seguirão contribuindo, agora adaptados a novos formatos no portal e nas redes sociais, mantendo viva a pluralidade de ideias e olhares.
Agradecemos à equipe atual e a todos que já fizeram parte da Folha de Canela ao longo do tempo, profissionais que trabalharam de forma efetiva, colaboradores ocasionais, parceiros de conteúdo, gente que emprestou talento, tempo e credibilidade para que este jornal chegasse até aqui. Cada edição publicada carrega um pouco do esforço coletivo de muitas mãos e muitas cabeças.
A edição 700 marca o fim de um formato, não o fim de uma história. Pelo contrário. Marca um novo momento, que reforça o vínculo da Folha com a comunidade de Canela e reafirma o compromisso com um jornalismo local, independente e atento à vida real da cidade. Seguimos. Mais digitais, mais próximos, mais presentes. Com a mesma essência que nos trouxe até aqui.
Aproveito, em nome de todos da família Folha de Canela, para desejar um Feliz Natal aos nossos leitores, aos nossos parceiros comerciais, aos nossos colaboradores.
2026 será um ano de muitas mudanças e muitos desafios, mas, desejamos, acima de tudo, que todos nós tenhamos saúde e perseverança para buscar nossos objetivos e que tudo de bom se realize em nossas vidas. Até o ano que vem!