Não guincharam o caminhão de Bombeiros porque não deu!
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No final da tarde de quarta (25), por volta das 18h, sai correndo para cobrir um acidente de trânsito na Rua João Pessoa, próximo ao entroncamento com a Rua São João, e lhe confesso, foi uma das situações mais inusitadas que presenciei como jornalista, tanto que optei por usar em meu espaço de opinião e não como matéria.
Pois bem, os Bombeiros iam atender uma ocorrência de fogo em mato e o caminhão-tanque acabou batendo na traseira de outro veículo. A Brigada Militar foi chamada e foi aí que o bochincho começou.
Primeiro porque a João Pessoa neste horário tem um grande fluxo e acabou parando tudo para atendimento dos ocupantes do veículo atingido, depois, porque ao verificar os veículos, a Brigada Militar constatou que o caminhão dos bombeiros estava com os documentos vencidos e ia recolher o caminhão.
Aí Bombeiros ligam para superiores, Brigada liga para os superiores, por pouco a coisa não foi parar no Governador. Enfim, o caminhão seria guinchado, ponto, decisão tomada. Mas, tinha um problema: Canela não tem um guincho para remover um caminhão daquele tamanho. Então, o caminhão-tanque foi levado ao quartel e de lá não pode sair até a regularização.
Fui verificar o motivo dos documentos vencidos e descobri que se trata do veículo de apoio, pois o caminhão de combate a incêndio leva água apenas para alguns minutos de trabalho e o segundo reabastece. Como o veículo de apoio de Canela está no conserto, este veio de Vacaria, emprestado, para que nossa cidade não ficasse desguarnecida.
Mas, os Bombeiros de Canela não sabiam que o veículo estava com os documentos vencidos, já que é emprestado.
Agora, vejam o rolo, o Estado fiscaliza o Estado e verifica que ele não pagou os tributos devidos a ele mesmo. Assim, o Estado multa o Estado e recolhe o veículo de sua propriedade, mas o Estado não tem como recolher, por fata de equipamento, então o Estado encosta o seu veículo que estava irregular. Por fim, para o Estado, pouco mudou, mas para a comunidade de Canela sim, pois ficou sem o veículo de apoio de combate a incêndio.
Claro que brigadianos e bombeiros estavam fazendo seu serviço, mas o sistema público é isso aí, feito para não funcionar.
Me diz, então, leitor, não é de dar com um gato morto na cabeça até o gato miar?
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