O leitor mais atento deve ter percebido que, nesta semana, não publiquei minha coluna de terça, no Portal da Folha. Posso adiantar que não foi falta de assunto.
De vez em quando faço destas. Quando estou deveras chateado com a situação, prefiro não escrever. Assim, evito de ser muito contundente, de faltar com a elegância ou ofender alguém.
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Então, nesta terça me reservei o direito do silêncio.
O momento é muito triste, com diversas pessoas doentes ou até morrendo em razão da pandemia do novo coronavírus. Outras desesperadas, já sem emprego e renda, tendo que lutar para dar o que comer às suas famílias.
Não é atoa que o luto, por muitas vezes, é demonstrado com um minuto de silêncio.
O silêncio cairia bem, por exemplo, para Eduardo Leite, que por mais de uma vez defende sua atitude política atacando quem lhe contraria. Pena que ele não fica quieto.
Mas, não é possível silenciar para sempre. O que me incomoda é que estamos gritando cada um em língua diferente ou sem prestar atenção no que está acontecendo a sua volta.
É engraçado quando você se depara com uma manchete dizendo que o Rio Grande do Sul está se reunindo com a China, para aperfeiçoar suas ações de combate ao coronavírus.
Aí, aquele meme ganha mais sentido: “algo de errado não está certo”!
