Canela,

26 de dezembro de 2024

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Operação Cáritas: Polícia Civil prende investigado que coagia testemunhas com arma de fogo

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Material do HCC apreendido em sítio - Foto: Arquivo Folha/Reprodução

A Polícia Civil de Canela realizou, na tarde desta quinta-feira (23), a prisão de mais um dos investigados da Operação Caritas, que apura crimes de corrupção em parte do poder público da cidade.

Como de praxe, a Polícia Civil de Canela não divulgou nomes, mas a reportagem da Folha constatou se tratar de Ademir Claudiomiro Colombo da Silva, também conhecido como Junta.

O investigado teve sua prisão preventiva decretada a pedido da Polícia Civil porque estava intimidando, ameaçando e coagindo testemunhas da investigação policial para que não o denunciassem. A Delegacia de Polícia apurou diversas ameaças praticadas durante o andamento do inquérito policial, inclusive com arma de fogo.

O investigado já foi detido anteriormente pela Polícia Civil no curso das investigações, pois teria ligação com o sítio onde apreendidos os materiais de construção desviados do Hospital de Caridade ainda no mês de abril deste ano. No curso da investigação policial, é apontado pela Polícia Civil como responsável operacional pela realização das obras vencidas pela organização criminosa através de contratos fraudulentos.

O Delegado Vladimir Medeiros, responsável pela ação policial, referiu que a Polícia Civil agirá firmemente para proteger testemunhas e não tolerará qualquer atitude de intimidação, ameaça ou coação a qualquer pessoa na Operação Caritas.

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O Delegado Vladimir Medeiros não revela detalhes da investigação policial para não prejudicar a apuração dos delitos, restringindo-se a reafirmar que o trabalho da Polícia Civil nesta investigação policial, como em todas as outras, é extremamente técnico e baseado exclusivamente no conteúdo probatório colhido até o presente momento pelos policiais. Medeiros informou, ainda, que o trabalho da força-tarefa de policiais civis destacados para o inquérito policial da Operação Caritas está concentrado, atualmente, na análise do grande volume de documentos e equipamentos apreendidos na ação policial do último dia 8 de novembro, quando cumpridas pela Polícia Civil simultaneamente mais de 200 medidas judiciais em nove cidades no Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

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A ação da tarde desta quinta-feira (22) é a sexta fase da Operação Caritas, que se iniciou em 9 de abril, quando apreendidos materiais de construção do Hospital de Caridade de Canela que haviam sido desviados para propriedade particular (primeira fase); em 30 de junho, policiais civis apreenderam uma lista com nomes de servidores (CCs) que pagavam valores em dinheiro para o partido político após acompanharem, durante todo o dia, a atividade de recolhimento do dinheiro em diversos locais, inclusive prédios públicos (segunda fase); em 08 de novembro, 175 policiais civis cumpriram simultaneamente mais de 200 medidas judiciais, que incluíram prisões preventivas, afastamentos cautelares de servidores públicos e 44 mandados de busca e apreensão em nove cidades, além de outras medidas (terceira fase); em 29 de novembro, foram cumpridos mandados de busca em endereços ligados a empresas que prestam serviços de maquinário e terraplanagem para a Prefeitura Municipal de Canela (quarta fase); em 16 de novembro, foram cumpridos três mandados de busca e apreensão em residências e propriedades rurais localizadas na cidade e no interior do Município, em imóveis que estariam ligados a um dos investigados pela Polícia Civil, o qual foi preso na 3ª fase da operação, sendo apreendido, inclusive, um cheque de 200 mil reais que seria utilizado para adquirir um imóvel supostamente utilizado para lavagem de dinheiro (quinta fase).

O inquérito policial segue em andamento e é prioridade absoluta para a Polícia Civil de Canela, que tem instalada uma força-tarefa de policiais civis destacados com exclusividade para a investigação policial.