Canela,

3 de julho de 2024

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Leo de Abreu

VIRE O MATE

Leo de Abreu

VIRE O MATE – Começaremos do começo!

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E se tivéssemos que contar para alguém sobre o que o estado do Rio Grande do Sul é dono em riqueza cultural? Se coubesse a nós sermos diretores e revisores de um material a ser distribuído para um grande número de não gaúchos, o que caberia no nosso relato em um tempo tão curtinho? Só se conta o que é tradição, quando se conta a história!

Não é nenhum desafio fora da nossa realidade… um minuto pode ser o dobro de tempo que estamos dispostos a gastar com um Reels de rede social. É só não agradar no comecinho e logo deslizamos a tela. Ainda mais quando se trata de algo que julgamos saber mas confronta alguma verdade nossa. Pisou fora do chinelinho? Desliza a tela e segue o baile, “desvi”.

E como pecamos em achar que sabemos de tudo né? Sempre!

Passei pela função, dia desses, de contar como chegamos até aqui sendo o padrão de gaúcho que somos e confesso que demorei pensando muito mais em onde deveria começar a história do que propriamente contando o que concluí.

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Veja bem: uma vez aqui tinham índios – mas tinham vários índios, as culturas desses índios fundiram a primeira imagem do gaúc… voltamos pros índios. Aí fomos colonizados e apresentados a um Deus que o nativo deveria temer acima de si mesmo (se não tivesse o branco vindo, teria o índio se salvado por conta ou a américa toda seria seu próprio inferno?). Em nome de uma nova ordem, o que era daqui foi dizimado e sangrou enquanto pode respirar… até ser mandado para as novas fronteiras para proteger e guerrear… guerrear….

Ao largo de tanta terra, muito gado se espalhou bem como muita tropilha da cavalhada crioula na sua seleção natural ( Mas que bicharada essa se antes nem tinha? É mais assunto mas vamos continuar o resumão) O nativo agora, era o vagante. Quem algo de posses tinha, não era o “pelo duro” e sim o novo, o vindo, quem fosse de pedigree. Aos viramundos coube os primeiros crachás de gaúcho. Os primeiros a usarem uma pilcha de verdade no tempo em que ser o que se podia ser era a verdade, a realidade em sua essência não questionável. Espora de pau, bota feita do desfortuno de algum cavalo e o pano da roupa, um farrapinho pra tapar as vergonhas. Então aí entra o chiripa, aquela veste reproduzida como quase uma saia, sabem? Extremamente prático. É mais a amarração de um pano pra qualquer coisa do que um corte moldado de alguma custura.  Aqui é o primeiro passinho da história, não cheguei nem em 1800 e meu reels já erasss pelo visto. Se fosse a intenção o material aquele, acho que não daria conta porque ficou escasso os caracteres do meu espaço semanal aqui. Mas bueno, parei na forma de um conto simplista na parte da nossa primeira indumentária. Complexos duzentos anos a mais ficaram de fora da minha coluna mas que tipo de contador seria eu se não começasse do começo?!

Sabe qual o mais brabo desse lida? Se tiver que contar tudo de novo, provável que eu conte diferente de alguma forma dentro disso. Aí agradaria mais a fulano e menos a ciclano… Acontece! Tu, contaria como?!