Sina Encardida – (Tão logo disponível em áudio pela voz do grande artista da nossa cidade, o Daniel Almeida)
O tempo tá raro
Nem tenho cavalo
Mas tenho que ir
A coisa tá escassa
Coe pucha desgraça
Mas bamo seguir
A cerca não ataca
O azar é da vaca
Que ainda da sopa
Se ninguém tem bandeira
Tchau pra ti porteira
Ainda nós se topa
Ala maula bagaceira
Firma a encimera
Que isso derruba
Tá pego no mundo
Quem anda por conta
E pra ninguém ajuda
Veja bem o lascado
Sem ninguém do lado
Todo mundo sumiu?
Isso é aviso do mundo
O malacara segundo
Queima até o pavio
Se eu pudesse escrever
Tudo o que penso
Que verso bem loco
Cada gole que desce
A mente enaltece
De tudo meio um pouco
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Tem até melodia
Brabo é outro dia
Ainda lembrar
Ou entender a letra
Na linha sotreta
Hora pra inspirar
Vai me ensinando
E vou aprendendo
A fase amarga
Não me aperto com pilcha
Pra mim da remendo
Se ainda for larga
Não me cuspe o retrato
Não sou dos ingrato
Que tudo renega
Se sou o que digo
Escrevo pelo que brigo
Não me cobrem entrega
Mas que amontoado
Duns renegado
Acordes marotos
Como quem corcoveia
Vai o trago pras veia
Toco mais um pouco
Que nem passarinho
Por um carinho
Canto por tá preso
Mas que culpa tem a vida
Se é a sina encardida
E nela me vejo!