As lentes sistêmicas que movimentam a escola que queremos, estão ampliando nosso olhar e aos poucos mostram atitudes e comportamentos que precisam ser substituídos, para que tenhamos um ambiente escolar mais leve e de desenvolvimento natural.
Quando a educadora julga e critica os pais de seus alunos, ela está inconscientemente num lugar que não é seu, se acha melhor e superior a estes pais. Como está no lugar dos pais, estes assumem o lugar da educadora e passam a cobrar mais o seu desempenho também. Aí começam as cobranças de ambas as partes, em que cada um culpa o outro pelo não desempenho positivo da criança.
Ao contrário acontece o mesmo, os pais quando reclamam da educadora, estão querendo ser ela e assim todos fora de lugar, as coisas não acontecem naturalmente e com leveza.
Ao mudar a postura dando um passo atrás e voltando cada um para seu lugar, de apenas a professora, onde desempenha o seu papel de ensinar as crianças e não a responsável em educar seus alunos. De apenas os pais que educam e cuidam dos seus filhos da forma que são capazes.
Cada um no seu lugar é responsável pela posição que ocupa. Cada um dá conta do seu jeito de contribuir para o crescimento das crianças. Ningu quer prejudicar a criança e fazem o melhor que sabem e que podem.
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O julgamento é natural de todo ser humano, julgo de acordo com minhas crenças, valores e tudo que aprendi e vivenciei. O que pra mim é bom, para o outro pode ser ruim. Por isso respeitar e entender que cada um enxerga com a lente de seus óculos.
A criança tem um amor cego a seus pais, e por isso adoece e faz de tudo para defender e salvar seus pais. Por isso os julgamentos afastam os alunos da escola, não se concentram e não querem estar ali. Como seus pais não são bem vindos, eles sentem, mesmo que sejam apenas em pensamentos e não falados verbalmente.
Educadora, tente ter no seu coração, todos os pais de seus alunos. Cada um tem os pais perfeitos pra si, como também a professora certa. Todos fazem o possível para cuidar de suas crianças da forma que aprenderam com seus pais e durante a vida.
Antes de julgar e criticar tente entender que cada um tem seu destino e dá conta de carregar a sua mochila. Algumas mochilas mais pesadas, outras mais leves, porém proporcional ao que cada um suporta.
Muitas vezes o que mais te incomoda educadora, tem algo a ver com a sua história, algo que passou na infância. Numa sala de aula são dezenas de histórias e destinos diferentes e cada um que está ali tem algo que conecta contigo.
Esteja na sala de aula de alma e coração para conseguir contribuir de forma que estas crianças se sintam acolhidas e pertencentes a este ambiente. Isso deixa marcas positivas no crescimento e lembranças boas nos fazem crescer e se desenvolver, olhando para o lado positivo da vida. E com certeza vai estar dentro das lembranças de cada criança que passou pelas suas mãos. E não esqueça: “EU VEJO VOCÊ.”
