Canela,

3 de julho de 2024

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Leo de Abreu

VIRE O MATE

Leo de Abreu

VIRE O MATE – Boitatá, Gaúcho raiz e outras lendas

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Na semana que estamos, ali pelo dia 22, comemoramos o dia do folclore. O assunto sempre é muito trabalhado nas escolas e escolinhas… se ensina  sobre as lendas brasileiras, se rememoram costumes que integram o nosso dia a dia. Danças, festejos populares e isso é lindo. É contar sobre nós mesmos algumas coisas que estão muito no nosso automático por assim dizer. Isso é o tal do folclore. Brasil é riquíssimo nisso.

O Rio Grande do Sul tem um folclore “bem gaúcho”. Costumes e danças dos CTG’s integram o nosso folclore próprio. Pezinho, Chimarritas, histórias do Tatu… Jeitos e maneiras postos na folhinha por Paixão Cortes nos dão um acervo de fazer inveja. Temos as lendas como a do Boitatá, cobra de fogo que se desmancha pelo macegal quando um gaúcho desata o laço com a argola de arrasto. Temos o Negrinho do Pastoreio que ganha muitas velas durante o ano daqueles que perderam algo e não encontram. Salamanca do Jarau, Lenda da Erva Mate, sobre Sepé Tiaraju…

Dia desses se ouviu, de poucas bocas para nossa alegria, que um cancioneiro aí que banca o estilo rústico e estereótipo da bagualeza era folclore, com as suas canções que na sorte caricata ganham ouvidos… aí também não né, não vamos forçar ou gastar a palavrinha.

Mas confesso que surgiu uma indagação excelente e que não acredito que vá demorar para entrar nos nossos contos por fim de discussão: O tal gaúcho raiz.

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Barbaridade esse vai dar o que falar!

Hoje, toda gauchada faz um cabo de guerra fenomenal pra dizer quem é o portador da autenticidade do gauchismo. Mas fazem uma força tamanha, mas tamanha que cada vez que chega num ponto ideal pra um, ficam trinta de fora. E o raíz vai ficando…vai padecendo… ficando escanteado.

Se compara tradições da serra com fronteira, litoral e pampa, o sul do sul com algum catarina gauchão e por aí vai. Pobre gaúcho raiz. Já  foi índio, viramundo, peão, senhor, povoeiro, se mesclou ao de fora, se transformou e agora dentro das próprias terras parece um conto que fica mais sem pé nem cabeça que cebola em salada de fruta.

Ou melhor,  tem mesmo disso, de um ser raiz, ou se pode chamar de lenda? Cuidar né, daqui a pouco escapa até do nosso folclore o pouco que ainda tem, por tanta e tanta discordância.