Canela,

3 de julho de 2024

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Chico

360 GRAUS

Francisco Rocha

A tragédia que mostra o melhor e o pior de cada um de nós, felizmente, sobressaiu o melhor

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Não há palavras para descrever o momento pelo qual passa o Estado do Rio Grande do Sul, que foi e segue sendo flagelado pelas enchentes. As imagens são assustadoras.

Diante do caos, milhares de voluntários se erguem para tentar trazer algum alento aos afetados, criando uma onda gigante de solidariedade.

Por outro lado, recebemos diversas fake news, houve saques, furtos e até mesmo relatos de assaltos à mão armada aos voluntários que resgatam pessoas isoladas, especialmente em Canoas. É assim, momentos extremos como os que estamos vivendo ressaltam o melhor e o pior do ser humano.

Cabe a cada um de nós de refletir, neste momento. Aqui na Folha, optamos por noticiar o necessário e fazer mais registros positivos do que negativos, em detrimento a busca de likes.

O trabalho de reconstrução do RS está apenas começando, nós moradores de Canela, devemos ficar gratos por nossa cidade ter sido tão pouco afetada. Perdemos duas vidas, e isso não tem preço, mas em comparação com o sofrimento de nossos irmãos gaúchos, estamos muito bem.

O último boletim divulgado pela defesa civil em Canela dá conta de 270 desabrigados em Canela, porém, todos atendidos em abrigos e locais seguros e secos, bem ao contrário de cidades da Região Metropolitana e Vale do Taquari.

Temos muito trabalho pela frente em Canela, primeiro a recuperação de vias, depois a mitigação de áreas de frequentes alagamentos e por fim realocar as pessoas que moravam em áreas que não podem voltar a ser habitadas, como a do antigo lixão da Santa Marta. Mas, cada coisa deve acontecer ao seu tempo, agora, é o momento da solidariedade.

E, para fechar este tópico, os canelenses deram e seguem dando um show de solidariedade, auxiliando com donativos e mão de obra aos moradores de regiões mais afetadas, com uma bela organização e união de esforços entre sociedade civil organizada e poder público.

Felizmente, diante do pior cenário, sobressai-se o melhor da nossa comunidade.

A partidarização da tragédia

Embora o sol tenha retornado temporariamente na última segunda-feira, o alagamento continua e as previsões meteorológicas dos próximos dias indicam novos motivos para preocupação.

Vivemos em um ano eleitoral e se engana aqueles que pensam que as mentes partidárias não seguem maquinando maneiras de lucrar politicamente com a maior tragédia do nosso Estado, seja ao nível local ou estadual.

Muita gente segue com os pés secos e no conforto de seu lar, saboreando uma taça de vinho e se utilizando das redes sociais para difundir discursos de fundo partidário.

Em contrapartida, destaca-se o fantástico trabalho do SCI – Sistema de Comando de Incidentes, que funcionou em Canela durante o período mais grave dos temporais, sob a chancela do Corpo de Bombeiros e Canela, mostrando que com seriedade, a união do poder público com a comunidade traz frutos verdadeiros.

Em tempo, políticos, com ou sem cargos, não estão isentos de cobranças ou críticas, mas este não é momento. Agora, todos os esforços devem estar concentrados apenas em uma direção: a solidariedade.

Já vimos a partidarização de temos como o Ginásio Municipal, neste ano, e agora vem a partidarização da tragédia. É dose viu. Depois os caras levam uma mijada/atraque e não sabem o motivo…

Quem está investido em cargo público precisa ter paciência e sabedoria nesta hora, em todas as áreas, todas as áreas.

A Câmara que silenciou sobre o fim do silêncio

Em meio às tragédias, quase passou desapercebido, mas a Câmara de Vereadores de Canela voltou atrás em sua decisão de bloquear os comentários nas redes sociais da casa.

Claro, com a enxurrada de críticas que receberam, mudaram de ideia. Pena que não divulgaram. Qual o motivo do silêncio?