Canela,

28 de março de 2024

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Obra na Osvaldo Aranha segue. Previsão é de 15 dias para liberar parcial da via

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Desde ontem, comerciantes da Av. Osvaldo Aranha tem se mobilizado para encontrar uma solução para os prejuízos financeiros causados pelo bloqueio do trânsito em razão das obras de transposição do Arroio Santa Terezinha.

Após estarem no local da obra, falarem com o secretário de Obras, Serviços Urbanos e Agricultura do Município, Luiz Cláudio da Silva, o Ratinho, e estarem presentes na sessão da Câmara de Vereadores, foi a vez de participarem de uma reunião com Prefeitura e Ministério Público.

Foto: Eduardo Saueressig/CVCanela

O encontro aconteceu na manhã de hoje (06), na Prefeitura. Participaram o prefeito Constantino Orsolin, o Promotor de Justiça, Paulo Eduardo de Almeida Vieira, o secretário de diligências do MP, Marcelo Almeida, além dos vereadores Marcelo Savi e Jerônimo Terra Rolim, do Presidente da Associação Comercial e Industrial de Canela (Acic), Alexandre Dapper, e alguns empresários que possuem estabelecimentos comerciais na Osvaldo Aranha.

A ideia do encontro era discutir a situação que envolve a obra do Arroio Santa Terezinha, segundo os comerciantes, o volume de vendas caiu cerca de 70% em relação ao mesmo período do ano passado. Alguns empresários falaram em demissão de funcionários e fechamento das portas.

O período de Natal é de maior fluxo de turistas na cidade, mola mestra da economia local e a Av. Osvaldo Aranha é a principal via de entrada destes visitantes, porém, com o bloqueio do trânsito, alguns estabelecimentos não realizaram uma venda sequer em mais de uma semana.

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Negativa do MP

Para quem apostava na paralisação da obra, com retomada após o Sonho de Natal, a reunião foi uma ducha de água fria. O Promotor de Justiça, Paulo Eduardo de Almeida Vieira foi enfático em sua posição, sendo pela continuidade da obra.

“A partir do momento em que três laudos de engenharia apontaram que existe risco iminente à estrutura do prédio do Edifício Querência, não cabe a nós a decisão de suspender ou paralisar a obra, a qualquer momento, sob risco da responsabilização por eventuais danos que disso possa resultar. A responsabilidade é do Município e do Ministério Público, não adianta ficarmos buscando culpados, pois a situação de risco permanece conforme dito pelos Bombeiros. Temos que tratar de resolver o problema imediatamente e de forma definitiva, pois questões econômicas não podem ficar a frente de questões de segurança”, afirmou o promotor.

Paliativo é liberação parcial

Possibilidade que já havia sido aventada nesta semana, a liberação parcial será a alternativa buscada pela Prefeitura.
Constantino Orsolin afirmou que atenderá a recomendação do MP e que cobrará agilidade da empresa contratada e responsável pela obra, para que ocorra o mais rápido possível assim possibilitando, no mínimo, a liberação parcial.

“Não podemos assumir o risco! Se acontecer qualquer coisa naquele prédio, a responsabilidade é do MP e do Município”, comentou Orsolin. Já o secretário Luiz Cláudio destacou que a intenção é liberar o tráfego de veículos na Rua Paul Harris nos próximos dias e assim concentrar os trabalhos no trecho da Osvaldo Aranha.

“Estamos empenhados para liberar uma pista da avenida o quanto antes”, afirmou Ratinho. A estimativa inicial é de que dentro de 15 dias, ao menos, a pista em direção ao centro da cidade esteja liberada para o fluxo de veículos leves.

Empresa não garante o prazo

Hoje pela manhã, o encarregado da obra não garantiu este prazo à reportagem da Folha. Segundo ele, o fluxo de veículos leves deve ser restabelecido em meia pista por volta do final de novembro. Porém, segundo a Prefeitura, a empresa deve intensificar os trabalhos, inclusive no feriado, para cumprir o prazo de 15 dias.

Entenda o caso

Por medida preventiva o Corpo de Bombeiros interditou um prédio comercial/residencial e um posto de combustível no Centro da cidade, no dia 17 de março.

O prédio foi construído sobre um canal, há 38 anos, onde passa toda a água fluvial/pluvial da região central. E com o passar dos anos, as colunas do prédio começaram a apresentar comprometimento estrutural.

– Em abril de 2018 a atual Administração Municipal foi notificada para apresentar ao Ministério Público, com a máxima urgência, um laudo técnico da edificação. Uma empresa foi contratada e o laudo entregue ao MP.

– Baseado em laudos de engenharia, o promotor Paulo Eduardo de Almeida Vieira emitiu despacho para que o Corpo de Bombeiros de Canela tomasse medidas de precaução adequadas ao caso, incluindo a interdição dos prédios.

– No dia 16 de outubro o Ministério Público do Trabalho interditou a obra após denúncia. A obra ficou paralisada por 20 dias, causando atraso na liberação das vias centrais da cidade, sendo retomada na última segunda-feira (5).

– O investimento total na obra é de R$ 633.800,68 e a empresa responsável pela execução é a Terravale Drenagens Ltda.

Fotos: Francisco Rocha